O Jogo

“ESTAMOS PREPARADOS PARA VENCER”

Main round do Mundial arranca com prova de fogo

- PAULA CAPELA MARTINS

Paulo Jorge Pereira vê o duelo de hoje como “chave para continuar a sonhar”

Nórdicos são o primeiro adversário de Portugal no main round do Mundial, que se disputa no Egito. A velocidade e a forte meiadistân­cia vão pôr à prova a seleção, que tem um frente a frente desfavoráv­el

No Campeonato do Mundo do Egito, que terá a final dia 31, Portugal passou invicto na primeira fase, após vitórias frente a Islândia, Marrocos e Argélia, mas hoje abre o main round (fase principal), no qual enfrentará dois pesos pesados do andebol mundial: Noruega (hoje, 19h30) e França (dia 24, 19h30); pelo meio terá a Suíça (22, 14h30).

Após uma viagem de duas horas para mudar de hotel, a seleção teve ontem um treino para preparar o ataque à Noruega e avaliar a condição física de alguns jogadores, como André Gomes, poupado no último jogo. “Para eles, o jogo é decisivo”, diz o selecionad­or Paulo Jorge Pereira, explicando: “Se perderem connosco, ficam já atrás de nós. Para eles é um jogo de altíssimo risco, para nós, se não ganharmos, fica tudo em aberto. Mas tudo faremos para continuar a sonhar.”

Os vice-campeões mundiais, com 16 presenças em Mundiais e nove em Europeus, elevaram a cotação desde 2016, com três pódios em quatro fases finais. Será por isso que, nas casas de apostas, os escandinav­os são favoritos para o jogo de hoje, pagando 1,30 euros por cada um investido, contra mais de quatro a Portugal. Aqui pesam ainda os confrontos diretos, com três triunfos nórdicos e um português desde 2000: o último foi no Europeu’2020, uma derrota por 28-34.

Paulo Jorge Pereira diz que “Portugal tem os pés bem assentes no chão”, mas também afirma: “O jogo pode ter um significad­o especial, porque talvez seja teoricamen­te o mais difícil do grupo, mas também pode ser a solução para passar à fase seguinte. Estamos preparados para vencer, embora saibamos que defrontamo­s uma das melhores seleções do mundo.”

Com transições rápidas e poderosa nos nove metros (28 golos, 49% de eficácia), a Noruega tem como referência Sander Sagosen (25 anos), central de 1,95m do Kiel e exPSG, que entra no sete ideal de todos os grandes campeonato­s desde 2016. No Egito já fez 30 golos (um terço do total da equipa), sendo o melhor marcador e liderando ainda nas assistênci­as (19). “Ele joga em várias posições. Teremos uma coisa interessan­te, que o pode condiciona­r um pouco”, referiu o treinador português, frisando: “A partir do momento em que têm posse, a transição é uma forma enraizada de jogar neles. Têm mais de 10 golos por jogo de contra ataque. Temos de ter capacidade de os parar, de jogar em antecipaçã­o.”

Portugal, que precisa de aumentar a eficácia na meiadistân­cia e na linha de sete metros, foi a melhor equipa do grupo, até aqui, no contraataq­ue e a defender. “Nunca nos damos como satisfeito­s, queremos a perfeição”, sentencia Paulo Pereira.

“Jogo de alto risco para eles. Se não ganharmos, tudo fica em aberto”

Paulo Jorge Pereira

Selecionad­or nacional

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