ANDRÉ ANDRÉ: O FUTURO É DELE
V. GUIMARÃES SAD privilegia os jovens, mas quem tem mais peso na equipa é o médio trintão, em fim de contrato
Aos 31 anos, o capitão é quem, nos momentos mais delicados, leva a equipa às costas: defende o meiocampo, marca golos, faz crescer as jovens apostas da SAD e tem o raro rótulo de imprescindível
O que fazer com este trintão que joga e marca como ninguém no Vitória de Guimarães? A pergunta colocase, por estes dias, na SAD do D. Afonso Henriques, a propósito de André André. O médio tem o futuro nas mãos, em todos os sentidos, desde logo, no literal: o contrato termina no final desta temporada, o que significa que, neste momento, é já livre para assumir um novo compromisso, que até pode ser com o clube cuja camisola veste pela terceira época consecutiva, num total de seis (às três primeiras seguiu-se igual período no FC Porto, antes do regresso). Nada está ainda decidido e, se noutros casos de atletas acima dos 30 anos o tempo corre a favor da entidade patronal, no de André André existe, a cada jornada que passa a margem para negociar o próximo passo na vida profissional tornase-lhe mais apetecível, fruto do excelente desempenho na equipa de João Henriques: com cinco golos em 13 jogos, o médio que, com frequência, tem surgido a disfarçar a falta de pontaria dos avançados segue num rumo idêntico ao da melhor época da carreira 2014/15, 13 golos em 34 desafios, no Vitória. É a eficiência dele, capaz de levar a equipa às costas, que tem compensado a vertente mais arriscada da clara aposta da SAD presidida por Pinto Lisboa em atletas jovens, com larga margem de valorização no mercado. Se alguns estão, hoje, em franca afirmação no plantel, devemno à estabilidade que André André tem sido capaz de assegurar, com golos e não só, nos momentos em que a inexperiência de um coletivo jovem ameaça deitar tudo a perder e não foram poucos, depois de uma entrada em falso na temporada, sob a orientação de Tiago, ele próprio um treinador com défice de experiência na I Liga. É nesse papel mais que perfeito de capitão de corpo inteiro que reside o futuro de André André, a certeza de que será o que ele quiser, mais do que uma opção ditada pelos padrões legitimamente definidos pela SAD para tornar o projeto rentável. A boa notícia para os adeptos que, afastados das bancadas de ambiente ímpar do D. Afonso Henriques, devem andar roidinhos de vontade de saudar o desempenho fundamental neste caminho de reconquista europeia, é que pode ser que ele queira continuar na casa de que se tornou bandeira em momentos de exigência sem precedentes. Seja lá onde for que o futuro o leve, não faltarão acenos de bons contratos. O presente manda desfrutar do capitão no seu melhor.