“SUBIR ERA A MELHOR FORMA DE HONRAR ALEX”
RICARDO RODRIGUES Joga no Alverca e, com sete golos em 11 jogos, é um dos goleadores da Série F
O Alverca luta pela subida à II Liga e os golos de Ricardo Rodrigues têm ajudado a conseguir vitórias. O bom momento desportivo bateu de frente com a perda do companheiro de equipa Alex Apolinário
Ricardo Rodrigues, uma das figuras do Alverca nesta época, bisou na vitória sobre o Lourinhanense e passou a ser um dos goleadores da Série F, o que motivou a conversa com O JOGO. O ponta de lança, de 25 anos, falou sobre a morte do antigo companheiro de equipa Alex Apolinário e do momento pessoal que atravessa. O jogo com o Lourinhanense foi o primeiro depois da perda do Alex. Qual a importância desta vitória? —Foiimportante,porqueprecisávamos de um bocado de ânimo. Foram duas semanas muito complicadas emocionalmente,ummomentomuito difícil para todos. Nenhum de nós tinha passada por uma situação destas e foi extremamente importante, não só para homenagear o Alex, mas também para mostrar que estamos presentes e vamos lutar até ao fim. Como é que o grupo está a lidar com esta situação depois de um choque tão grande? —As coisas estão a evoluir naturalmente. É levantar a cabeça. O Alex vai estar sempre connosco e temos de ir a jogo para o honrar e para honrar a camisola do Alverca. Subir à II Liga seria a melhor homenagem que poderiam fazer ao Alex Apolinário? —Seria, sim. Sem sombra de dúvidas. Tem sete golos marcados, já bisou, já fez um “hattrick” e está a lutar pela subida de divisão. Que análise faz à sua época até ao momento? —A minha época tem sido boa, mas ainda não dentro das expectativas que eu tinha,
Ricardo Rodrigues tanto a individual como coletivo. Mas, por enquanto importa é ajudar a equipa. É, a par do António Xavier, do Sintrense, o melhor marcador da Série F. Ser o goleador do campeonato é uma ambição? —Sim, ambiciono ser o melhor marcador da minha série. Ontem [n.d.r anteontem], até em brincadeira, mandei mensagem ao Xavier, que foi meu colega de equipa no Aves, a perguntar se queria roubarme o título de melhor marcador... [risos]. Mas não tenho nenhuma meta de golos definida. Quais são os seus pontos fortes como jogador? —Sou forte no um para um e a finalização é a minha melhor característica. Até onde pode ir esta equipa do Alverca? Disputar o acesso à II Liga é o grande objetivo? —Os objetivos desta equipa são claros: conseguir a subida de divisão à II Liga. Neste momento não dependemos de nós [n.d.r Torreense lidera a série com mais cinco pontos], mas esse é o objetivo principal. Atingir apenas a Liga 3 seria o suficiente para deixar-vos satisfeitos? —Não, isso não nos deixaria satisfeitos. A estrutura e o plantel querem a subida de divisão para a II Liga e é para isso que estamos a trabalhar. Já esteve na I Liga, com o Aves, no ano passado jogou na II Liga, pelo Estoril. O que o levou a “descer” ao CdP e escolher o Alverca? —Fundamentalmente, o projeto que me apresentaram. É um clube que merece, já há alguns anos, estar num patamar mais alto. Tem-se mostrado a bom nível nos últimos anos, já atingiu os profissionais, mas com passagens breves. O que falta para se afirmar? —Um treinador que faça de mim uma verdadeira aposta. Quais são os seus objetivos a longo prazo? —Para já, quero garantir a subida de divisão com o Alverca e fazer uma boa época, é o que interessa. Se não fizermos isso, nunca ninguém se vai lembrar de nós.