Campeonato plural, mas...
Há menos extracomunitários no Campeonato de Portugal e isso é bom! Esta não é uma opinião xenófoba, racista ou com qualquer outra conotação negativa. Antes pelo contrário, é uma questão de respeito pela dignidade humana. O CdP, por ser o patamar que dá acesso aos campeonatos profissionais, foi sempre olhado como espaço privilegiado para os jogadores se mostrarem e conseguirem transferências para o tão ambicionado profissionalismo. Ao longo de muitos anos, essa fronteira foi facilmente ultrapassável, não havendo propriamente controlo sobre ela. Bastaria os atletas terem mais de 18 anos e submeterem uma “manifestação de interesse” e estavam autorizados a permanecer em Portugal para serem futebolistas. Com esta facilidade, as redes foram-se instalando, podendo falar-se mesmo em imigração ilegal e vários atropelos ao ser humano. São centenas de relatos de atletas que foram enganados atrás de um falso sonho, deixados em Portugal em casas sobrelotados, com pouca ou nenhuma alimentação, abandonados à sua sorte. Felizmente a realidade está a mudar. A FPF e o SEF apertaram a malha e os números já mostram diferenças. Total de extracomunitários: 2390 em 2018/19, 2579 em 19/20 e 2192 em 20/21. Mas melhor do que estes números, são os de inscritos pela primeira vez: 803 em 2018/19, 738 em 19/20 e 185 em 20/21! Uma diminuição drástica que se aplaude. Não se trata de não querermos jogadores estrangeiros, não queremos é jogadores estrangeiros sem as mínimas condições no nosso país. Caso haja condições, estaremos de braços abertos para os receber, num campeonato plural que tem a ganhar com a presença dos melhores.