Evanilson e Toni têm bons exemplos
Apesar de já conhecerem o futebol português, Ricardo Pereira, Carlos Eduardo, José Sá ou Fabiano também tiveram de começar por baixo. Na próxima segunda-feira, em Mafra, há novo capítulo Otávio recordou que passou pela formação secundária antes de se afi
Não há relatos de que Evanilson se tenha queixado de ir à equipa B. Pelo contrário, até, o avançado pareceu muito motivado por somar praticamente um jogo completo, algo raro desde que chegou a Portugal. Na entrevista após ter renovado contrato, Otávio sublinhou a importância de ter baixado ao segundo patamar do futebol portista para agilizar a adaptação ao clube e ao futebol português e deixou uma mensagem encorajadora nesse sentido ao compatriota. Antes de “Eva”, já Toni Martínez havia “descido”. E, curiosamente, também ele com um golo. Nesta fase em que a Liga NOS está parada, é provável que um ou outro, ou até os dois, possam ir segunda-feira a Mafra para mais um jogo pela formação secundária, porque a Liga SABSEG continua a jogar-se. Se ambos conhecerem a história recente do FC Porto, então verão que só têm é de aproveitar. Otávio é um excelente exemplo, mas há pelo menos mais um da mesma grandeza: Herrera.
Desde 2012/13 que a formação B dos azuis e brancos tem sido palco para a evolução de ativos da equipa principal. O objetivo é, essencialmente, dar rodagem aos jovens mais promissores que saltam dos sub-19. Mas também ajudar a enquadrar atletas que vêm do estrangeiro e precisam de crescer com calma e conhecer a exigência portuguesa antes de se afirmarem de vez. Hector Herrera era internacional mexicano, tinha ganho uns Jogos Olímpicos, mas fez oito jogos pela equipa B azul e branca em 2013/14, antes de se fixar como primeira opção na equipa A, primeiro com Paulo Fonseca, depois com Luís Castro. Esteve seis anos no clube e terminou capitão.
Hoje joga no Atlético de Madrid. O compatriota Diego Reyes também começou no segundo patamar, mas demorou bem mais a chegar ao primeiro. E precisou de alguns empréstimos pelo meio até se tornar realmente opção regular, em 2017/18, com Sérgio Conceição.
Há muitos outros exemplos, nenhum tão motivador como Herrera ou Otávio. José Sá, Fabiano, Ricardo Pereira e Carlos Eduardo também aproveitaram bem a experiência. Com uma diferença, porém: já todos se tinham destacado na I Liga portuguesa e serviram-se da II Liga “apenas” para amadurecerem e ganharem confiança enquanto não tinham uma oportunidade consistente acima. Mas fizeram-no em vários desafios. Depois seguraram com unhas e dentes e tornaram-se titulares pelo menos durante uma boa fase. Estes são contextos mais parecidos com o que, atualmente, experimenta Toni Martínez, figura do Famalicão na época passada, mas agora tapado por Marega e Taremi.
Se Evanilson jogou e marcou ao Covilhã, Toni fez o mesmo anteriormente, com a Oliveirense. Segunda-feira, em Mafra, há jornada e Sérgio Conceição deve aproveitar a falta de competição ditada pelos jogos de seleções para dar rodagem a alguns dos que ficaram no Olival, aproveitando ainda para ajudar o FC Porto B, que luta para fugir à despromoção. Os dois cumprem o requisito de terem menos de 23 anos, pelo que o treinador só tem de escolher. Aliás, se pretender, até pode emprestar os dois sem tapar a única vaga para maiores de 23 anos, que tem sido usada por Gonçalo Brandão, mas também já foi aproveitada por Cláudio Ramos e até Marcano.