O Jogo

Estratégia da Ineos tira o topo a João Almeida

Equipa britânica endurece o ritmo na terceira etapa da Volta à Catalunha e obriga o português a perseguir sozinho Adam Yates, novo líder da competição

- FREDERICO BÁRTOLO

João rebocou rivais até à meta e pagou a fatura, descendo a terceiro na geral, a 49s de Yates. Ineos tem Porte em segundo e Thomas em quarto e quer corrida menos mexida e isso pode ajudar o caldense

João Almeida (Deceuninck) já não é líder da Volta à Catalunha. O ciclista português,quetinhasa­ídocomopri­meiro lugar da geral após o contrarrel­ógio,cedeuotopo­naterceira etapa, numa montanha de categoria especial, com 11,5 km de extensão e a inclinação médiade7,5%.Oresultado­acaba por ser natural face ao desempenho de uma apetrechad­a Ineos, que aumentou o ritmo para atacar na subida final. Com Richard Carapaz, vencedor do Giro’2019, mexeu a 10km da meta, mas não se ficou por aí lançando depois Adam Yates, um dos reforços sonantes e que se isolou perante Kuss (Jumbo) e Valverde (Movistar) para alcançar a primeira vitória do ano, isto apesar dos esforços de Chaves (BikeExchan­ge). Na geral,Yates estava a sete segundos de Almeida face a um ótimocontr­arrelógiod­evéspera e o português não virou a cara à luta. Sem ajuda da sua equipa nem das outras, que abdicaram de lutar pela etapa, perseguiu o homem da Ineos. Isso pagou-o mais à frente: o britânicov­enceu,temagora45

João Almeida foi o primeiro português da história a liderar a Volta à Catalunha segundosso­breoluso,eAlmeida perdeu tempo no último quilómetro, cedendo o segundo lugar para Richie Porte, terceiro na última Volta a França, e 15 segundos para Geraint Thomas, vencedor do Tour’2018, que é quarto.“Sabia que tinha rivais superiores na subida”, analisou o português.

João Almeida desceu de primeiro a terceiro, estando a 49 segundos de Yates, porém tem agora uma corrida mais à sua imagem. Como a Ineos tem primeiro, segundo e quarto classifica­dos, o ciclista da Deceuninck não terá de andar a perseguir montanha fora, pois sabe que a equipa estratosfé­rica, de um nível capaz de lutar por uma Volta a França com o lote que levou à Catalunha, irá levar a corrida a um ritmo alto, sem tantos solavancos, forma de correr que beneficia João Almeida, tendo de responder aos ataques que surjam. Antes de nova etapa de montanha, Rúben Guerreiro (EF-Nippo) subiu a 27.º

“Faltam quatro dias duros e há muitos quilómetro­s pela frente. Vamos ver como correm as coisas e como muda a corrida a partir de agora”

“Sabia que tinha rivais superiores a mim na subida e que seria muito difícil manter a camisola de líder. Fiz o meu melhor e estou satisfeito”

João Almeida

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