ORGANIZAÇÃO HELVÉTICA DESARMOU OS FAVORITOS
GRUPO D Pressão alta e presença física no meio-campo foram virtudes que ajudaram os suíços a superar uma Inglaterra recheada de talento, numa “lição” para Rui Jorge seguir atentamente
Vinda de uma fase de qualificação praticamente imaculada, com nove vitórias e um empate em dez jogos, e recheada de jogadores que estão a dar nas vistas na Premier League, a Inglaterra chegou ao Europeu com o estatuto de favorita, mas, no campo, foi a Suíça que mostrou pergaminhos a exigir a atenção de Portugal ao vencer os ingleses por 1-0, no jogo inaugural do grupo D. O único golo do encontro, marcado por Ndoye, premiou a forma como os helvéticos conseguiram condicionar o adversário, naquilo que foi uma aula prática para Portugal, que enfrenta a Inglaterra na segunda jornada.
Montada em 4x4x2 contra um audaz 3x4x3 dos ingleses, a Suíça fez valer a presença física de Jankewitz e Domgjoni no miolo para anular os criativos HudsonOdoi e Smith-Rove, figuras importantes de Chelsea e Arsenal, respetivamente. Na frente, os incansáveis Zeqiri e Guillemenot, com o apoio de Toma, pressionaram a primeira fase de construção da Inglaterra, provocando muitas perdas de bola em zona proibida – sobretudo de Godfrey – que originaram boas oportunidades de golo.
Lenta e previsível no processo ofensivo, a Inglaterra foi incapaz de criar situações de perigo junto da área helvética e servir o letal ponta de lança Nketiah, o melhor marcador da fase de qualificação para o Europeu, com 13 golos. O melhor elemento da equipa comandada por Aidy Boothroyd acabou por ser o guarda-redes Ramsdale. Este acabou por adiar o golo da Suíça até aos 78 minutos, quando Ndoye marcou o único golo do encontro num lance feliz: o extremo escorregou antes de rematar e a bola
“Sofremos um golo esquisito. Ainda não estamos fora da prova”
Aidy Boothroyd Selecionador de Inglaterra
“Sabíamos que podíamos vencer e o resultado é justo”
Mauro Lustrinelli Selecionador da Suíça
ainda sofreu um ligeiro desvio em Toma antes de se aninhar no ângulo da baliza da Inglaterra.
Face a este arranque em falso, a seleção dos três leões – a segunda equipa mais valiosa em prova (335,5 M€) atrás da França (462,3 M€) – será obrigada a jogar uma autêntica “final” frente a Portugal, no próximo domingo.