LUCAS PIAZON A JATO
O extremo foi um pedido expresso de Carvalhal para janeiro e fez esquecer rapidamente a baixa prolongada de Iuri Medeiros
Dos quatro jogadores assegurados pelo Braga no mercado de inverno (os outros são Caju, Borja e Sporar), Piazon é o que leva mais minutos somados e o segundo mais influente da equipa
Em pouco tempo ao serviço do Braga, Lucas Piazon fez-se à pista, acelerou forte e levantou voo bem alto, rumo a uma época em cheio. Nenhum outro jogador inscrito pelo Braga em janeiro alcançou uma performance igual, fazendo parte da lista dos reforços de inverno os defesas Caju (devolvido pelo Goiás) e Borja e o avançado Sporar. Os últimos dois (Borja com 662 minutos e Sporar com 457), cedidos pelo Sporting no âmbito da transferência de Paulinho, ainda são opções regulares para Carlos Carvalhal, mas estão claramente num patamar abaixo do extremo brasileiro (896 minutos), que só precisou de participar em 11 jogos do campeonato para se tornar no segundo jogador do Braga com maior participação em golos (oito), como resultado de quatro remates certeiros e quatro assistências, atrás de Ricardo Horta, ligado a dez golos em 22 partidas.
O ex-jogador do Chelsea adaptou-se em tempo canhão aos bracarenses e o seu registo ganha especial importância se for comparado com os de Paulinho (12 jogos) e Iuri Medeiros (15). O ponta de lança e o extremo ainda rivalizaram com Ricardo Horta em termos de influência no ataque, mas precisaram de mais partidas do que Piazon para ficarem ligados, cada um, a sete golos. Ora, foi precisamente a pensar na baixa prolongada, por lesão, de Iuri Medeiros que Carlos Carvalhal solicitou a contratação do brasileiro de 27 anos, um “velho” conhecido do Rio Ave, sinalizado anteriormente em Inglaterra, entre 2015 e 2018, quando o treinador trabalhou no Sheffield Wednesday e no Swansea City. Por essa altura, Piazon era visto como um jovem promissor (alvo até comparações com o compatriota Kaká), já com internacionalizações pelos sub-20 e sub-23 do Brasil e a justificar o investimento de muitos milhões de euros feito pelo Chelsea, mas não havia espaço para ele na equipa principal dos Blues e, como consequência disso, seria sucessivamente emprestado a Málaga, Vitesse, Eintracht Frankfurt, Reading, Fulham, Chievo e, por fim, Rio Ave ao longo de dez anos.
A aposta de Carvalhal resultou em cheio. Com Gaitán ainda longe da forma ideal, o camisola 11 preencheu tão bem o vazio deixado por Iuri que nesta altura poucos serão os que ainda lamentam o afastamento forçado do português.