FRENÉTICO FC Porto por cima, mas o Benfica teve três lances de golo invalidados. Nas contas na Liga, só ganhou o candidato que não jogou. E pode festejar terça ou antes... UNS A JOGAR OUTROS COM VAR E O LEÃO A SORRIR
Com o empate na mão, Conceição preferiu ir atrás do primeiro lugar e ia comprometendo o segundo. O período de descontos é dramático para o Benfica, que chegou a festejar. Não merecia, diga-se É injusto para Benfica e FC Porto que se comece a olhar para o clássico de ontem pelo ponto de vista do... Sporting. Mas é impossível passar ao lado, até porque agora é oficial até para Rúben Amorim. Os leões estão a dois pontos de colocarem fim a um jejum de 19 anos sem serem campeões nacionais. Têm, por isso, de vencer o Boavista na terça-feira, se o FC Porto vencer o Farense no dia anterior... e até pode não ser preciso. A verdade é que os dragões fizeram o possível para não perderem mais terreno para o líder e essa é uma justiça que se pode fazer a Sérgio Conceição: nunca se acomodou ao empate e arriscouoconfortodavantagem para o terceiro lugar pela última hipótese de discutir o bicampeonato. Foi precisamente por isso que quase perdeu, mesmo tendo sido superior ao Benfica na larga maioria do tempo de jogo.
Sem surpresa, Jorge Jesus montou uma equipa com asas para atacar o rival na largura. Conceição preferiu o tradicional 4x4x2 do que o 4x3x3 com que abordou o desafio com o Chelsea, por exemplo. E fez sentido, até para equilibrar os flancos. Foi por aí que se jogou toda a primeira parte, mas quase sempre com superioridade azul e branca. Everton (num dos melhores jogos da época) e Rafa iam contrariando a norma aqui e acolá, mas Otávio e Díaz foram mais regulares, talvez por terem sentido a retaguarda melhor preenchida. Nesse capitulo, destaque para Uribe, um trinco que foi lateral direito, lateral esquerdo e até central e que permitiu aos azuis e brancos uma espécie de vantagem numérica fictícia. Nem sempre houve Weigl, mas os dragões tiveram sempre mais um homem nas dobras, mais um homem a defender, mais um jogador a atacar. E por isso também o controlo do jogo. O golo do Benfica nasce contra a corrente do mesmo, num misto de genialidade e felicidade de Cebolinha. Mas o dragão não quebrou e continuou, pacientemente, em cima do rival. Na reta final da primeira parte, Vertonghen e Otamendi foram salvadores e acabaram por facilitar a sensação de empate iminente que quase custava caro ao FC Porto. Último minuto do período, canto para os visitantes, penálti para os da casa, no primeiro dos contra-ataques que, na segunda parte, quase faziam mossa. Um fora de jogo de 19 centímetros a Rafa manteve tudo como estava: 1-0 para o Benfica.
Do recomeço até aos 67 minutos damos um salto com apenas uma história para contar: o penálti (56’) marcado por alegada falta de Zaidu sobre Diogo Gonçalves que na verdade não o foi. O VAR emendou. Foi nessa altura que os treinadores mexeram. A saída de Rafa, no Benfica, encolheu a equipa. A entrada de João Mário alargou o FC Porto. À posteriori é fácil, mas dificilmente Conceição podia ter mexido melhor. Cinco minutos depois de entrar, o ala deu um nó cego em Taarabt, ganhou espaço e assistiu Uribe (a justiça divina a funcionar) para o empate. E o jogo renasceu. Não tanto porque o Benfica tenha crescido, mas antes porque o FC Porto quis crescer, mesmo que o empate servisse melhor, no plano teórico, os seus interesses.
Com Francisco Conceição em campo, Luis Díaz do outro lado, Otávio feito médiodefensivo e um lateral (João Mário) que é extremo, o jogo ficou completamente partido. Conceição recusou recompor a equipa com Grujic, Pepe podia e devia ter visto o segundo cartão amarelo e os espaços entre linhas eram cada vez maiores. Jorge Jesus aproveitou para carregar com Darwin e fazer dos últimos cinco minutos o assalto que, até então, nunca se vira. E esteve quase a conseguir. Foram três lances de golo em jogadas de contra-ataque já no período de descontos, com o último a tornar-se verdadeiramente dramático. Pizzi marcou, todos festejaram e o FC Porto tombou, desiludido por uma derrota que não merecia. O VAR, que poucas semanas antes anulou o triunfo tardio em Moreira de Cónegos, devolveu o empate que não alegrou ninguém. Foram 30 os centímetros do fora de jogo de Darwin e essa é a medida exata da distância que afasta o Benfica da Liga dos Campeões, objetivo claramente insuficiente para fazer sorrir o FC Porto. Já o Sporting ....