O Jogo

FRENÉTICO FC Porto por cima, mas o Benfica teve três lances de golo invalidado­s. Nas contas na Liga, só ganhou o candidato que não jogou. E pode festejar terça ou antes... UNS A JOGAR OUTROS COM VAR E O LEÃO A SORRIR

- Textos ANDRÉ MORAIS

Com o empate na mão, Conceição preferiu ir atrás do primeiro lugar e ia compromete­ndo o segundo. O período de descontos é dramático para o Benfica, que chegou a festejar. Não merecia, diga-se É injusto para Benfica e FC Porto que se comece a olhar para o clássico de ontem pelo ponto de vista do... Sporting. Mas é impossível passar ao lado, até porque agora é oficial até para Rúben Amorim. Os leões estão a dois pontos de colocarem fim a um jejum de 19 anos sem serem campeões nacionais. Têm, por isso, de vencer o Boavista na terça-feira, se o FC Porto vencer o Farense no dia anterior... e até pode não ser preciso. A verdade é que os dragões fizeram o possível para não perderem mais terreno para o líder e essa é uma justiça que se pode fazer a Sérgio Conceição: nunca se acomodou ao empate e arriscouoc­onfortodav­antagem para o terceiro lugar pela última hipótese de discutir o bicampeona­to. Foi precisamen­te por isso que quase perdeu, mesmo tendo sido superior ao Benfica na larga maioria do tempo de jogo.

Sem surpresa, Jorge Jesus montou uma equipa com asas para atacar o rival na largura. Conceição preferiu o tradiciona­l 4x4x2 do que o 4x3x3 com que abordou o desafio com o Chelsea, por exemplo. E fez sentido, até para equilibrar os flancos. Foi por aí que se jogou toda a primeira parte, mas quase sempre com superiorid­ade azul e branca. Everton (num dos melhores jogos da época) e Rafa iam contrarian­do a norma aqui e acolá, mas Otávio e Díaz foram mais regulares, talvez por terem sentido a retaguarda melhor preenchida. Nesse capitulo, destaque para Uribe, um trinco que foi lateral direito, lateral esquerdo e até central e que permitiu aos azuis e brancos uma espécie de vantagem numérica fictícia. Nem sempre houve Weigl, mas os dragões tiveram sempre mais um homem nas dobras, mais um homem a defender, mais um jogador a atacar. E por isso também o controlo do jogo. O golo do Benfica nasce contra a corrente do mesmo, num misto de genialidad­e e felicidade de Cebolinha. Mas o dragão não quebrou e continuou, pacienteme­nte, em cima do rival. Na reta final da primeira parte, Vertonghen e Otamendi foram salvadores e acabaram por facilitar a sensação de empate iminente que quase custava caro ao FC Porto. Último minuto do período, canto para os visitantes, penálti para os da casa, no primeiro dos contra-ataques que, na segunda parte, quase faziam mossa. Um fora de jogo de 19 centímetro­s a Rafa manteve tudo como estava: 1-0 para o Benfica.

Do recomeço até aos 67 minutos damos um salto com apenas uma história para contar: o penálti (56’) marcado por alegada falta de Zaidu sobre Diogo Gonçalves que na verdade não o foi. O VAR emendou. Foi nessa altura que os treinadore­s mexeram. A saída de Rafa, no Benfica, encolheu a equipa. A entrada de João Mário alargou o FC Porto. À posteriori é fácil, mas dificilmen­te Conceição podia ter mexido melhor. Cinco minutos depois de entrar, o ala deu um nó cego em Taarabt, ganhou espaço e assistiu Uribe (a justiça divina a funcionar) para o empate. E o jogo renasceu. Não tanto porque o Benfica tenha crescido, mas antes porque o FC Porto quis crescer, mesmo que o empate servisse melhor, no plano teórico, os seus interesses.

Com Francisco Conceição em campo, Luis Díaz do outro lado, Otávio feito médiodefen­sivo e um lateral (João Mário) que é extremo, o jogo ficou completame­nte partido. Conceição recusou recompor a equipa com Grujic, Pepe podia e devia ter visto o segundo cartão amarelo e os espaços entre linhas eram cada vez maiores. Jorge Jesus aproveitou para carregar com Darwin e fazer dos últimos cinco minutos o assalto que, até então, nunca se vira. E esteve quase a conseguir. Foram três lances de golo em jogadas de contra-ataque já no período de descontos, com o último a tornar-se verdadeira­mente dramático. Pizzi marcou, todos festejaram e o FC Porto tombou, desiludido por uma derrota que não merecia. O VAR, que poucas semanas antes anulou o triunfo tardio em Moreira de Cónegos, devolveu o empate que não alegrou ninguém. Foram 30 os centímetro­s do fora de jogo de Darwin e essa é a medida exata da distância que afasta o Benfica da Liga dos Campeões, objetivo claramente insuficien­te para fazer sorrir o FC Porto. Já o Sporting ....

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal