O Jogo

Jorge Jesus “É claro que o árbitro teve influência no resultado”

Jorge Jesus criticou fortemente a arbitragem de Artur Soares Dias, dando conta de dois penáltis revertidos, um golo não assinalado e de um segundo amarelo não mostrado a Pepe

- PEDRO ROCHA

Sem desistir do segundo lugar, o treinador considerou que esta “foi uma época perdida” pelo facto de o Benfica ter falhado a conquista do título. Vencer a Taça e a Supertaça em 2021 serão atenuantes

Desiludido com o empate, Jorge Jesus descarrego­u fortemente sobre o árbitro Artur Soares Dias, responsabi­lizando igualmente o VAR. O treinador entende que o Benfica esteve mais próximo da vitória e não teve dúvidas de que o juiz do Porto “teve influência no resultado”. “Já não me refiro só aos dois penáltis não assinalado­s e ao golo que não foi. A decisão de não mostrar o segundo cartão amarelo ao Pepe foi dele, não foi do VAR. Ele é que é soberano, estava em cima dos lances. Neste jogo viram-se as tendências. É um bom árbitro, mas com os anos, com a experiênci­a, os árbitros também vão comandando os jogos conforme lhes interessa”, atirou, salientand­o que o Benfica só tem um golo de penálti na Liga NOS. “Devemos ser a única equipa do mundo assim. Hoje tivemos dois que não valeram”, disse, revelando, a propósito, que viu o capitão Pizzi ficar “de rastos” após o golo que lhe foi anulado.

Sublinhand­o que Artur Soares Dias “assinalou dois penáltis que depois não valeram”, Jesus considerou mesmo que Pepe “foi o caso do jogo” por não ter acabado expulso, por acumulação de amarelos. “Na dúvida, foi sempre contra o Benfica. Houve muita emoção, com o Benfica a ter muitas chances na parte final, com as duas equipas completame­nte partidas. Criámos várias situações, de penálti, uma bola do Taarabt na trave… e depois o Pepe tinha de ser expulso e o árbitro não quis. Um jogador a menos num clássico tem muita influência. Após esse lance em que não deu amarelo, nós marcámos o livre, marcámos golo e ele volta a anular a jogada. Não dá para entender”, desabafou, certo de que o Benfica teve oportunida­des suficiente­s para sentenciar o jogo na segunda parte, “especialme­nte na última meia hora”. “Fomos à procura do segundo golo, mas não conseguimo­s e o árbitro poupou o Pepe. Por duas vezes tentámos por a bola em jogo e ele também não deixou. São pormenores que ninguém vê, mas nós sentimos onde é que está a balança”, denunciou.

Contas feitas, o título é impossível e o FC Porto mantém-se no segundo lugar. Jorge Jesus tem a noção de que “será difícil alcançá-lo” e assumiu que esta “será uma época perdida”, mesmo sabendo que o Benfica ainda tem pela frente “uma final da Taça de Portugal”. “Mesmo que o Benfica fique em segundo lugar, vença a Taça e depois a Supertaça, não ficarei nada satisfeito. Continuará a ser uma época perdida na minha carreira”, referiu.

“Já não me refiro só aos dois penáltis não assinalado­s e ao golo que não foi. Pepe foi uma decisão do árbitro”

“Ele é que é soberano, estava em cima dos lances. Neste jogo viram-se as tendências”

“Na dúvida, foi sempre contra o Benfica. Houve muita emoção, com o Benfica a ter muitas chances”

“Se o Benfica ficar em segundo lugar, ganhar a Taça e depois a Supertaça, será uma época perdida”

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Jorge Jesus teve uma acesa troca de “galhardete­s” com Otávio junto à linha

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