“Houve muito pouco espaço para jogar”
1 O empate traduz fielmente o que se passou no relvado?
—Sim. Foi um jogo muito equilibrado, ou seja, houve muito pouco espaço para jogar e só com alguns rasgos individuais houve situações de perigo numa baliza e noutra. A segunda parte foi diferente, mais rápida. Na primeira, houve muitas pausas, muitas faltas, muitas paragens. Por causa disso mesmo, o ritmo de jogo foi muito abaixo do que o adepto gosta de ver, mas isso tem tudo a ver com a falta dos adeptos no estádio. O adepto incentiva o jogador, dá-lhe outra motivação, mete mais stress, mais ansiedade, mexe muito com quem está lá dentro. Foi uma segunda parte diferente, mais rápida, com menos faltas e algumas quezílias, mas isso deixo para os entendidos. O resultado é justo.
2 Qual foi o jogador mais influente neste clássico?
—Para mim, o Everton foi, sem dúvida alguma, o jogador mais irrequieto da partida. Deu ali muita dor de cabeça à equipa do FC Porto e fez um belíssimo golo.
3 Quem mexeu melhor no jogo, Jorge Jesus ou Sérgio Conceição?
—Não é fácil para nós treinadores, a ver de fora, abordarmos esse assunto, porque são os treinadores quem trabalha com os jogadores durante a semana. Eles sabem quais os que estão numa melhor fase, com melhor rendimento. Por vezes, o que se treina não é o rendimento que se apresenta nos jogos. Eles sabem o melhor. Dou sempre o benefício da dúvida.