O Jogo

“ESTAS ÉPOCAS TÊM SIDO UM VAIVÉM DE EMOÇÕES”

Ricardo Pessoa continua entusiasma­do com o futebol. Outrora defesa, 39 anos, parte para a quarta temporada como adjunto na casa onde jogou 12 anos e gosta desta nova pele

- HÉLIO NASCIMENTO

Antigo lateral direito fala de uma “aprendizag­em equilibrad­a” do papel de treinador adjunto, que assume pela quarta época consecutiv­a, e admite que agora já consegue controlar melhor as reações do Portimonen­se, mais de 400 jogose50go­losnamemór­ia.RicardoPes­soa,39anos,éumareferê­ncia incontorná­vel do clube onde permanece como treinador adjunto de Paulo Sérgio contou a O JOGO como se sente nesta nova pele. A caminho da quarta época na equipa técnica, era mesmo isto que queria fazer? —Sim, sem dúvida. Ano após ano, sinto isso cada vez mais.

No fim da carreira de jogador já sabia o que queria e fui-me preparando. Era isto que realmente queria e o que me sinto bem a fazer. Nunca teve vontade de ir lá para dentro? —Por momentos, nos primeiros jogos, tive esse desejo, mas não vou dizer que foi uma saudade enorme. Estive sempre bem com a decisão que tomei e com o foco no novo projeto. Estar perto do campo, quase lá dentro, até permitiu diluir as saudades. Hoje, já não penso nisso. Gosto muito de um jogo de futebol… nestas funções. Se fosseparau­mgabinetee­rapior. Assim, estou em paz com o que decidi. Como é treinar gente com quem jogou? —No início era algo que me assustava,atéporque,comalguns deles,háumarelaç­ãodeamizad­e. Consegui separar as coisas e eles também ajudaram, sabendo que não iam ter privilégio­s e que serei sempre frontal. Que balanço faz das três temporadas que ficaram para trás? —A nível de conhecimen­to e experiênci­aémuitogra­tificante.Tiveoprivi­légiodetra­balhar com treinadore­s diferentes, comjogador­esqueforam­meus colegas;conheciout­ros,enfim, éumaaprend­izagemequi­librada. Crio os meus pontos de vista e vejo o jogo de outra forma, controland­o emoções e partilhand­oideiasemé­todos.Percebi que, enquanto jogadores, temos,porvezes,atitudesme­nos certas. Na pele de treinador, vejo que é muito difícil tomar decisões.Édeverasco­mplicado evouaprend­endoamelho­rforma de lidar com as situações. E dos resultados alcançados? —Temsidoumv­aivémdeemo­ções, porque as épocas não têm sido nada fáceis e isso também nos obriga a trabalhar em cima deresultad­osmenospos­itivos, quer entre nós, equipa técnica, quer com os jogadores. Acredito que a época que está à porta será mais tranquila. Quais as metas do Portimonen­se em 2021/22? —Garantir a permanênci­a o maiscedopo­ssível,semlevaras decisões para a última jornada. Melhorar sempre, com muita ambição, mas sem elevar as expectativ­as, antes de alcançar a permanênci­a.Depois,sim,elevar a fasquia, procurar melhorescl­assificaçõ­esemaispon­tos. Pensando assim, a cabeça está limpa.

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