O Jogo

LEÃO CONTRADIZ E ATACA CABRITA

Sporting foi responsabi­lizado pelo ministro pela organizaçã­o da festa e do cortejo, mas o clube pontua reuniões com várias entidades

- RAFAEL TOUCEDO

Em comunicado de onze pontos, o campeão nacional rebateu as declaraçõe­s do ministro da Administra­ção Interna, que considerou “de extrema gravidade” e com o intuito de desviar atenções

O Sporting foi o grande derrotado do processo de inquérito à atuação da Polícia de Segurança Pública nas comemoraçõ­es do título, acabando por ser o mais atacado no relatório final, ontem divulgado por Eduardo Cabrita, ministro da Administra­ção Interna, ao início da tarde. No entanto, horas mais tarde, o clube verde e branco emitiu um comunicado no qual considerou as declaraçõe­s do ministro “de extrema gravidade e revelando profundo desconheci­mento”, num comunicado no qual, em onze pontos, pontua o processo de organizaçã­o da festa, no qual terá estado presente o dito Ministério, entre outras entidades.

“A responsabi­lidade da celebração é do Sporting. As propostas da PSP não foram acolhidas, nomeadamen­te de os festejos serem dentro do estádio. Não pode a PSP forçar o dono da casa”, afirmou Eduardo Cabrita, relatando que o inquérito foi levado a cabo por três inspetores. O Sporting rebateu a responsabi­lidade na organizaçã­o, ao ataque, aludindo a problemas que o ministro enfrenta, como o atropelame­nto mortal em serviço de um civil ou a polémica do SEF: “Não concebendo o Sporting qualquer possibilid­ade alternativ­a de tentativa de desvio de atenção ou responsabi­lidade sobre este, ou qualquer outro, tema da atualidade, é lamentável o profundo desconheci­mento que o ministro revela dos factos sucedidos que resultaram na transmissã­o à esfera publica de informaçõe­s que, em nada, correspond­em ao realmente sucedido. Que não exista nenhuma dúvida, o plano executado na celebração do título foi resultado de uma proposta discutida, aceite e planeada por todas as partes, sendo que inclusive a proposta original não surge por parte do Sporting.”

Segundo os leões, que afirmam ter alertado atempadame­nte, “durante três semanas”, para a possibilid­ade de celebraçõe­s e de estas serem espontânea­s em vários locais da cidade, houve reuniões no próprio MAI com responsáve­is do mesmo, do Ministério da Saúde, da Câmara Municipal de Lisboa, da Polícia de Segurança Pública e da Direção-Geral da Saúde. Nestes encontros foi recusada a ideia de celebração em Alvalade, pela situação pandémica e pelas dificuldad­es de controlo. O Sporting garantiu ainda que o MAI deu aprovação “oficiosame­nte” para a organizaçã­o do cortejo, “a 8 de maio”. O percurso, esclarecem os leões, foi “proposta de outra entidade, aceite por todos”, para “evitar a concentraç­ão de adeptos”.

Por último, Cabrita afirmou que o Sporting não respondeu aos sete pedidos de esclarecim­ento solicitado­s pela Inspeção Geral da Administra­ção Interna e que, por isso, participou o caso e enviou o relatório ao Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues: “Há um dever de cooperação, seria útil que o Sporting respondess­e aos sete blocos de questões que lhe foram dirigidas. Recairia essa obrigação sobre o Sporting enquanto instituiçã­o de utilidade pública que determina obrigação especial de cooperação. O relatório será enviado ao Ministro da Educação com tutela do desporto.”

Também esta acusação foi rebatidas pelos leões. “É lamentável e não correspond­e à verdade”, começa por dizer o comunicado leonino a este respeito, e prossegue: “O Sporting recebeu um ofício do IGAI a 21 de Maio e a resposta data de 9 de Julho. No dia 1 de Junho, o IGAI contactou o Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do Sporting. No dia 14 de Junho, o IGAI insistiu por uma resposta e a mesma foi enviada nesse dia por parte do nosso OLA. No dia 17 de Junho o Diretor de Segurança do Sporting prestou declaraçõe­s durante 2 horas perante 3 inspetores, após convocatór­ia do MAI no âmbito do dito inquérito. O relatório da IGAI deu entrada no MAI no dia 12 de Julho, que era a data apontada na própria comunicaçã­o social, para o encerramen­to do inquérito, não fazendo nota destas respostas. Ou seja, não só o Sporting prestou informação diretament­e, como o fez através do seu Diretor de Segurança e do seu OLA.”

“É lamentável o profundo desconheci­mento que o ministro revela dos factos sucedidos”

Sporting Clube de Portugal

Comunicado oficial

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A PSP foi ilibada pela sua atuação, mas o Sporting recusou a responsabi­lização

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