Insultos a Hamilton uniram equipas
Mercedes e Red Bull, após acidente polémico em Silverstone, juntaram-se na condenação aos ataques racistas
“O conteúdo abusivo, atingindo diretamente Hamilton é inaceitável”
“A Fórmula 1, a FIA e a Mercedes condenam este comportamento”
Mercedes
“Nunca há desculpas para o racismo, não há lugar para isto no nosso desporto ”
Red Bull
Mundial de Fórmula 1 aqueceu em pista e fora dela. Ontem, nas redes sociais, o campeão foi alvo de ataques racistas . As escuderias puseram as rivalidades de lado e pediram consequências
Tem sido intensa a luta entre Max Verstappen, líder do Mundial, e Lewis Hamilton, detentor de sete títulos e que é segundo, a seis pontos. Depois de anos sem oposição a sério, o britânico tem sido superado pelo holandês. Na pista o despique é duro e em Silverstone, 11.ª prova do ano, Hamilton bateu novo recorde, ao ganhar pela oitava vez, mas o caldo entornou, com o Mercedes a tocar no Red Bull, que se despistou e embateu no muro.
O impacto de 51G levou Verstappen ao hospital, por precaução, entre acusações de “desrespeito” a Hamilton, por celebrar no pódio enquanto ele fazia exames. Já a Red Bull pediu mais sanções além dos 10 segundos de penalização que o Mercedes cumpriu nas boxes. Ontem, os mind games das equipas pararam ao saberse que, nas redes sociais, havia comentários racistas contra Hamilton.
“O conteúdo abusivo, atingindo diretamente Hamilton durante e no final da prova é inaceitável”, informou um porta-voz do Facebook. A rede social “retirou inúmeros comentários do Instagram de Hamilton”, cujo último post, abraçando o pai, tem mais de 29 mil mensagens.
A Mercedes denunciou as palavras racistas e escreveu: “A Fórmula 1, a FIA e a Mercedes condenam este comportamento nos termos mais veementes possíveis. Estas pessoas não têm lugar no nosso desporto e pedimos que sejam responsabilizadas pelas suas ações”. A Red Bull também reagiu: “Como equipa, estamos enojados e tristes por testemunhar os insultos racistas que o Lewis sofreu por causa da situação com o Max. Nunca há desculpas para o racismo, não há lugar para isto no nosso desporto e os responsáveis devem ser responsabilizados”.
Os responsáveis pelas redes sociais já haviam reunido na passada semana com Boris Johnson, PM britânico a pedir ação, após os episódios com os futebolistas Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka.