O Jogo

JESUS VS RUI VITÓRIA: AGORA VALE MILHÕES

Spartak de Moscovo, do treinador sem andamento para Ferraris, é o primeiro obstáculo no caminho para a Champions \\ CMVM entende que “eventos evidenciam infrações” e abre investigaç­ão \\ Krovinovic três épocas no Hajduk Split

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Benfica e Spartak de Moscovo encontram-se na 3.ª pré-eliminatór­ia da liga milionária, com as águias a visitarem primeiro o novo clube do seu ex-treinador. Do “Ferrari” à “cebolada”, há aqui toda uma história

O sorteio da 3.ª pré-eliminatór­ia de acesso à Liga dos Campeões ontem realizado em Nyon, trouxe como capricho o reencontro – mais um – entre Jorge Jesus e Rui Vitória, agora como primeiro de volta ao volante da equipa que um dia apelidou de “Ferrari” e o segundo em estreia pelos russos do Spartak de Moscovo. Depois de trocas quentes de bocas e ofensas, em particular na época de 2015/16, quando JJ deixou o Benfica para treinar o Sporting e Vitória lhe sucedeu na Luz, agora é tempo de novo embate, este com um tempero extra: na mesa está um possível acesso aos largos milhões de euros da Champions que ninguém pode ou quer perder.

Após esta eliminatór­ia, que se disputará na Rússia (a 3 ou 4 de agosto) e em Lisboa (10), ainda faltará um playoff, para 17 e 18 e 24 e 25 do próximo mês. Depois de uma época fora da liga milionária, afastado pelo PAOK também treinado por um português, Abel Ferreira, o Benfica está “proibido” de voltar a começar com o pé esquerdo. Jesus apresenta-se neste desafio com uma vantagem, em número de sucessos, perante Rui Vitória: em 21 choques, o atual técnico das águias ganhou 13, empatou quatro e perdeu outros tantos – em alguns casos JJ tinha vantagem evidente por se encontrar a dirigir o Benfica e Rui Vitória clubes de dimensão inferior. Mas, nos últimos cinco dérbis lisboetas que tiveram, Vitória não perdeu nenhum - teve dois triunfos e três empates.

Em “bocas”, Jesus deixou muitas vezes o rival em cheque, forçando-o a certa altura a responder. “As ideias que estão no Benfica são todas minhas, não mudou nada, zero. Vou jogar contra uma equipa com as minhas ideias porque o cérebro não está lá. Só tenho de dar os parabéns ao treinador do Benfica porque é inteligent­e e mantém tudo igual numa equipa que venceu tudo”, lançou logo Jesus na antevisão da Supertaça em 2015, a sua estreia pelo Sporting. Em outubro, voltaria a “picar” o rival: “Está tudo igual, o software que deixei lá .... Era fácil depois de ganhar responder, era fácil pôr o Rui Vitória deste tamanhinho [fazendo um gesto com os dedos] mas não ponho”, atirou Jesus, ele que, após vitória na Taça de Portugal por 2-1, ouviu o então técnico das águias finalmente explodir :“Agora é a tática do barulho. Não quero ser comido de cebolada. Se é para fazer barulho também o sei fazer. Até tenho voz grossa.” A conversa azedou mais quando, em janeiro de 2016, após um 6-0 dos leões ao V. Setúbal e uma questão mal colocada sobre alegadas palavras de Rui Vitória quanto a ser um mau colega, Jesus disparou: “Como não o qualifico como treinador, não sou mau colega. Fi-lo sair da toca. Para treinar o Benfica tem de se assumir. Para conduzir um Ferrari é preciso ter andamento para ele”. Já em março, quando o Benfica venceu em Alvalade por 1-0, JJ voltou a criticar as águias por terem “jogado como uma equipa pequena”

Já campeão, Rui Vitória largou mais uma “bomba”. “Nas minhas preocupaçõ­es, vêm primeiro os meus jogadores, depois a minha família, as pessoas que nos ajudam nos pequenos almoços, os meus colegas de trabalho antigos, aí em 20.º os professore­s das minhas filhas, em 77.º o vendedor de pipocas de uma festa que eu tive e só lá para 90.º o treinador do Sporting”, apontou o agora treinador do Spartak. Ambos voltaram a cruzar-se na Arábia Saudita, Jesus no Al Hilal, Vitória no Al Nassr, esfriando a rivalidade criada em Lisboa. Agora, neste duplo embate, a mesma voltará a aquecer...

Reencontro­s: saídos de Portugal, os técnicos foram também rivais na Arábia Saudita

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