O Jogo

“Não somos elitistas, somos inclusivos”

- Presidente da Associação Europeia de Clubes de Hóquei em Patins

1 Ao sair da Liga Europeia e anunciando a criação de uma prova própria, a Associação Europeia de Clubes de Hóquei em Patins está a fazer o caminho do futebol, cuja ideia de Superliga fracassou?

—Não. A atual Liga dos Campeões de futebol já dá dinheiro, a do hóquei, da forma como é feita, dá prejuízo. Ao contrário da proposta do futebol, a EHCA aceita todos os que tenham garantido o acesso a uma prova europeia; por exemplo, se o campeão suíço ou o campeão alemão quiserem jogar, podem. Não somos elitistas. Somos inclusivos. Por exemplo, o Saint Omer é campeão de França, vem de uma federação tida como mais pequena, e está do nosso lado. Somos uma prova aberta. A UEFA distribui já muito dinheiro. No hóquei, os clubes pagam diversas taxas, viagens dos árbitros, tudo... e recebem zero.

2 A prova da EHCA tem por base o modelo do basquetebo­l? São os clubes a dizer que querem ganhar dinheiro, em vez de só terem despesas?

—A nossa prova pode gerar receitas para os clubes. Temos um sponsor interessad­o, estamos a negociar e estamos também em contacto com uma multinacio­nal europeia para direitos televisivo­s. Estamos a trabalhar na nossa prova, depois de termos proposto ao comité europeu um modelo semelhante ao do andebol, em que associação de jogadores e de clubes têm uma sociedade com a federação europeia [EHF]. Durante duas épocas a Liga dos Campeões de andebol era organizada pela associação de jogadores e clubes, depois perante uma ação judicial chegaram a acordo com a EHF e hoje são parceiros.

3 O que os trouxe até aqui, após meses de braço de ferro com o comité europeu de hóquei em patins?

—Ao longo de várias reuniões, fizemos várias propostas. A ideia era termos a gestão comercial e operaciona­l da Liga Europeia e seríamos parceiros, dividindo receitas a 50 por cento e a EHCA assumiria 80 por cento dos encargos. As ideias eram aceites, mas não concretiza­das. Propusemos um novo modelo competitiv­o, que foi aceite, mas não concretiza­do. Os clubes não queriam jogar com o modelo atual e fizeram um ultimato, não se inscrevend­o.

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