Um “outsider” que vai à luta
Liga 3 obriga a mudar de casa, mas os desafios não assustam
Na Beira Alta não há investidores nem SAD. Ali manda a força das gentes da terra que guiaram o clube a uma subida inesperada. Permanência é o objetivo
O Oliveira do Hospital era visto, aos olhos dos adversários, como um “candidato à descida”. Quem o garante é o treinador, Tozé Marreco, que não só contrariou as previsões como guiou o clube à Liga 3. Agora o desafio ainda é maior, mas as dificuldades são vistas como oportunidades. “Seremos o orçamento mais baixo da Liga 3 e teremos de jogar com outras coisas: vontade, entrega e enorme ambição de ganhar”, perspetiva. Por isso, a permanência é o grande objetivo numa zona sul “fortíssima”. ”Há equipas que podiam estar perfeitamente na II Liga”, elogia.
As últimas semanas têm sido de muito trabalho para a Direção liderada por Mário Brito. O caderno de encargos da nova prova da Federação Portuguesa de Futebol é “exigente” e implica, inclusive, andar “com a casa às costas”. “O nosso estádio é de relva sintética e portanto teremos de jogar no Municipal de Tábua, que fica a dez quilómetros”, explica. Todavia, nem a casa emprestada vai estar pronta para o arranque do campeonato. “Estamos a arranjar uma alternativa. Isto implica um custo acrescido de 30 a 40 mil euros, fora o orçamento da equipa, que terá de ser forçosamente maior”, aponta. O conjunto da Beira Alta compete entre as SAD e investimentos estrangeiros e não se deixa levar pelas tendências. Ou seja, em Oliveira do Hospital trabalha-se à moda antiga. “Tivemos uma pequena experiência com investidores no clube que correu muito mal. Estamos no interior e por isso não somos tão apetecíveis, nem procurados. Este clube sempre sobreviveu às custas do trabalho de todas as Direções”, elogiou.
No plantel predomina a juventude e somente dois jogadores têm mais de 30 anos: o guarda-redes Ruca (31) e o capitão André Fontes (36).