O Jogo

TAD FUGIU A NOVO CASO PALHINHA

Tribunal considerou-se incompeten­te para julgar vermelho a Piazon

- TOMAZ ANDRADE ANTÓNIO BARROSO

Piazon recorreu do castigo, mas o TAD justificou que não podia entrar na esfera das normas técnicas e disciplina­res. Especialis­tas apontam ambiguidad­es, comparando com o caso Palhinha, do Sporting

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) considerou­se incompeten­te para apreciar o recurso sobre o castigo de um jogo aplicado a Lucas Piazon, expulso na final da Taça de Portugal e, consequent­emente, impedido de atuar na Supertaça Cândido de Oliveira, depois de amanhã. A decisão do colégio arbitral foi tomada esta semana, apurou O JOGO, e não foi bem acolhida no clube minhoto devido ao precedente que existia após o caso ocorrido com João Palhinha na última época, no qual o TAD anulou um cartão ao jogador do Sporting, livrando-o, assim, de um castigo por atingir, na altura, o quinto amarelo.

Na conclusão do acórdão relativo a Piazon, a que O JOGO teve acesso, o TAD refere que “não tem competênci­a para decidir sobre a resolução de questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplina­res diretament­e respeitant­es à prática da própria competição desportiva”, ou seja, não pode interferir com a decisão do árbitro. Um especialis­ta da área jurídica consultado por O JOGO concordou com esta decisão do TAD sobre Piazon, mas mostrou-se perplexo pelo facto de a mesma não ter sido igual no caso do médio do Sporting. O TAD, disse a mesma fonte, não se deveria ter pronunciad­o sobre Palhinha. E ressalvou que esse foi o erro no caso de Palhinha, porque esta decisão com Piazon, sublinhou, é a correta.

Mas, a interpreta­ção não é unânime. Outro especialis­ta, quetambémn­ãoquisseri­dentificad­o, encontra nas cores dos cartões exibidos a explicação para a diferença de posições do TAD. Se o vermelho a Piazon resulta num impediment­o automático, decorrente de uma ação disciplina­r do árbitro no jogo, já no caso de Palhinha, o árbitro não sabia se o amarelo mostrado era o quarto, o quinto ou o sexto, o que, segundo este jurista, faz a diferença na decisão do TAD, e isso leva-o, aliás, a validar as duas decisões aparenteme­nte conflituan­tes.

Sendo certo que Piazon está impedido de jogar em Aveiro, o Braga avalia ainda a hipótese de apresentar novo recurso, mas, a avançar, seria apenas uma batalha jurídico-argumentat­iva, sem benefícios desportivo­s no caso.

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Piazon viu vermelho na final da Taça de Portugal e falha Supertaça

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