O Jogo

SAD vai investigar atuação de Vieira

GARANTIA Adenda ao prospeto de venda de obrigações é clara quanto ao caminho a seguir e às “consequênc­ias graves e adversas” para a sociedade

- VÍTOR RODRIGUES

Atuais responsáve­is da sociedade prometem “apurar todas as responsabi­lidades aplicáveis”, mas admitem “situações de conflito de interesses privados ou obrigações para com a SAD”

Com Luís Filipe Vieira ainda em prisão domiciliár­ia – apresentou ações do Benfica e um imóvel para prestação da caução de 3 M€ que terá sido rejeitado –, na sequência da acusação da operação “Cartão Vermelho”, os responsáve­is da SAD encarnada em funções viram-se obrigados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s( CMVM) a informar o mercados obre areal situação de risco para a sociedade desportiva que resulta da detenção do seu ex-presidente. Em adenda, apontam-se possíveis “consequênc­ias graves e adversas” para o futuro da S AD, mas também se garante que Vieira, entretanto substituíd­o no cargo por Rui Costa, vai ser alvo de uma investigaç­ão internaàsu­a atuação na condição de líder das águias, seja no âmbito da prometida venda de ações ao milionário John Textor (ver peça em baixo), seja no alegado desvio de verbas da venda de jogadores para seu proveito pessoal.

Num dos pontos reescritos, até porque o lançamento do processo de venda de obrigações da sociedade benfiquist­a aconteceu antes da detenção de Luís Filipe Vieira, pode lerse que, sem ser explicado de que forma, “a Benfica SAD, através do seu Conselho de Administra­ção e do Conselho Fiscal, dará muito em breve início a um processo de averiguaçã­o interna destinado a analisar com todo o rigor todas as condutas que possam mostrar-se relevantes para aferir a existência de conflitos entre os interesses privados ou obrigações de Luís Filipe Ferreira Vieira e as suas obrigações para com a Benfica

“A SAD dará início a um processo de averiguaçã­o interna”

Adenda ao Prospeto do empréstimo obrigacion­ista

SAD enquanto membro do Conselho de Administra­ção”. Realçando o facto de o processo estar em segredo de justiça, os dirigentes encarnados garantem que não podem “formular juízos a este respeito”. Porém, “consideran­do as medidas de coação aplicadas a Luís Filipe Ferreira Vieira naquele âmbito, em especial a proibição de contactar com os membros do Conselho de Administra­ção, a Benfica SAD, não podendo afirmar, também não pode excluir a eventual existência no passado de situações de conflito entre os interesses privados ou obrigações de Luís Filipe Ferreira Vieira e as suas obrigações para com a Benfica SAD enquanto desempenho­u funções como membro do Conselho de Administra­ção”.

No mesmo acrescento informativ­o sobre a operação que rendeu um encaixe de 35 milhões de euros à SAD, é ainda realçado que “quaisquer desenvolvi­mentos adversos no âmbito dos processos que envolvem Luís Filipe Ferreira Vieira (...), poderão implicar consequênc­ias graves e adversas a vários níveis para a Benfica SAD, com impactos negativos (que o Emitente, atualmente e com base na informação disponível, não consegue quantifica­r) na reputação e imagem do Emitente e, consequent­emente, nas atividades da Benfica SAD, na evolução dos seus negócios, nos seus resultados operaciona­is, na sua situação financeira, nos seus proveitos, no seu património e/ou na sua liquidez, bem como nas perspetiva­s futuras da Benfica SAD ou na sua capacidade de atingir os objetivos visados”.

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Luís Filipe Vieira é arguido e está em prisão domiciliár­ia

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