O Jogo

Nem uma lesão grave a abalou

Rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito afastou a central quase dois anos

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No percurso, e ainda antes da grave lesão, Ana Seiça começou em equipas mistas, numa experiênci­a que considera ter sido “muito positiva” e fundamenta­l para ser a jogadora que é atualmente

O amor pelo futebol é partilhado com o pai e o irmão, com quem começou a ver jogos quando era pequenina. Como é que surgiu a paixão pelo futebol? — O meu pai e o meu irmão jogavam futebol e, desde pequenina, ia com eles ver os jogos. Sempre tive o bichinho do futebol e soube, desde cedo, que era algo que gostava muito de fazer. Na escola andei sempre a jogar no meio dos rapazes. Começou por jogar em equipas mistas. Como foi essa fase? — Joguei futebol misto dos sete aos 16 anos. Só no Condeixa é que comecei a jogar futebol feminino; foi onde tive a minha primeira experiênci­a. Acho que jogar com rapazes é importante para o desenvolvi­mento de qualquer jogadora. Agora, Portugal já começou apostar na formação de futebol feminino, mas acho que, por questões de físico e de aprendizag­em, era importante termos o contacto com a realidade do futebol misto. Quanto a mim, ajudou-me a ser mais agressiva, a ter aquele incentivo do género: ‘eles são mais fortes, mas temos de estar ao mesmo nível’. Foi uma experiênci­a positiva e ajudou-me a ser a jogadora que sou hoje. E no Condeixa, como foi a experiênci­a?

— Quando mudei para o Condeixa tinha sido operada a um joelho. Inicialmen­te, era para jogar com os juvenis, mas a minha recuperaçã­o tardou e, por questões de adaptação, preferi ser reintegra dano futebolfem­inino. A transição foi bastante boa, sempre me acolheram muito bem. Acho que, para quem vinha de lesão, foi uma adaptação boa e gostei de começar com o Condeixa. A lesão foi muito grave? — Sim... tive uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, lesão que é muito comum no futebol, mas demora tempo a passar. A minha foi demorada, quase dois anos. É uma lesão chata, que ninguém gosta de ter, mas que acontece bastante. Em algum momento, nessa fase, pensou em deixar de jogar? — Quando as coisas não estão a correr bem, há sempre esse pensamento de deixar de jogar, mas o amor pelo futebol é tão grande que esse pensamento acaba por passar. O sacrifício compensa, porque o futebol é incrível. Para quem sofre lesões é duro, sim, mas deixar de jogar futebol nunca é opção.

“Acho que jogar com rapazes é importante para o desenvolvi­mento de qualquer jogadora”

“O sacrifício compensa porque o futebol é incrível. Para quem sofre lesões é duro, mas deixar de jogar nunca é opção”

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