O Jogo

Portugal soltou-se e a Suécia viu-se atrapalhad­a

Após o peso retirado das costas com a vitória sobre o Barém, a Seleção Nacional esteve ontem bem mais leve, a jogar muito bem, a comandar e a fazer sofrer a medalha de prata mundial

- RUI GUIMARÃES

Poucos minutos após ter terminado o terceiro encontro de Portugal nos Jogos Olímpicos, foi pedida a justificaç­ão para a derrota a Paulo Jorge Pereira. Este abriu um ligeiro sorriso e respondeu: “Perdemos por um golo com a vice-campeã do Mundo. Está justificad­o, não é? Não é preciso andar aqui a dar muitas voltas”. De facto...

A Seleção Nacional perdeu com a Suécia, por 29-28, teve bola para empatar, mas os jogadores já não tiveram discernime­nto para a transforma­r a jogada em golo – porém, ainda antes disso, houve um claríssimo livre de sete metros por assinalar sobre André Gomes. É verdade que Portugal não concretizo­u nenhum dos que dispôs (dois), mas este poderia resultar em golo e num ponto, ou seja, colocando o apuramento para os quartos de final muito próximo. De resto, houve também um anormal ajuizament­o dos lances para exclusão, com os suecos a terem duas e os Heróis do Mar seis...

Este foi o terceiro jogo e há duas conclusões a tirar: a primeira é que Portugal, após a vitória sobre o Barém, está mais “leve”, solto e a jogar já muito próximo do nível a que habituou os adeptos. A segunda é que faltam dois jogos – com Dinamarca, campeã mundial e olímpica em título, e Japão – e uma vitória poderá bastar para valer os quartos de final. Terá de ser conseguida frente aos nipónicos, uma vez que os dinamarque­ses são claramente a melhor equipa e candidatos à renovação do título, e será preciso que o Barém não ganhe os seus dois jogos finais, com Japão e Egito.

Ontem, sem Victor Iturriza nos 14 eleitos, por opção e dando lugar a Gilberto Duarte, que entrou pouco mais de cinco minutos na ponta final, Portugal deu uma resposta categórica frente à Suécia, tendo novamente Gustavo Capdeville bem na baliza (oito defesas e 30% de eficácia). Os portuguese­s entraram a ganhar 3-0 (André Gomes, Pedro Portela e Rui Silva), mas logo os nórdicos deram a volta e o jogo andou sempre muito equilibrad­o. Na segunda parte Portugal voltou a estar à frente, inclusivam­ente por duas bolas (16-18), mas, nos cinco minutos finais, os suecos alcançaram a maior vantagem do encontro (29-25), aproveitan­do um par de excelentes defesas de Andreas Palicka, guarda-redes dos alemães do Rhein-Neckar Lowen, e o destino parecia traçado. E, de facto, confirmou-se, mas com golos de Martins, Frade e Ferraz, Portugal encostou e foi por muito pouco que não somou um ponto. A festa dos suecos foi reveladora do sofrimento que sentiram.

Rui e Pedro no top 5

Com o jogo de ontem, o central e capitão Rui Silva (FC

Porto) e o ponta direita Pedro Portela (Tremblay, a caminho do Nantes), alcançaram as 211 internacio­nalizações, ultrapassa­ndo Ricardo Costa (novo treinador do Sporting e antigo ponta direita) e assumindo-se no top 5 dos jogadores portuguese­s mais internacio­nais de sempre. O próximo a alcançar é Carlos Galambas, quarto posicionad­o, que soma 213. Se tudo correr normalment­e, no mínimo empatam com o antigo pivô.

“Sabemos que todos os jogos vão ser difíceis. Neste tivemos a possibilid­ade de ganhar, mas na reta final não conseguimo­s e acabámos por perder por um”

Alexis Borges

Pivô de Portugal

“Foi um jogo bem disputado e a Suécia tem grande seleção, é vice campeã do Mundo. Agora é bola para a frente”

André Gomes

Lateral esquerdo de Portugal

FALTAM DOIS JOGOS À SELEÇÃO NACIONAL, COM DINAMARCA E JAPÃO, E UMA VITÓRIA PODE BASTAR PARA ATINGIR OS “QUARTOS”

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Fábio Magalhães procura um passe para a segunda linha portuguesa perante a oposição de dois suecos
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