Vários desafios num só para o Sporting
A batalha que o Braga vai oferecer não é a única dificuldade que vai ter pela frente a formação leonina, daí Amorim insistir no mantra de crescer sob pressão. O de “pensar jogo a jogo” perdeu validade
O s adeptos são os donos do clube”, “os adeptos pertencem ao estádio”, diznos Taremi na entrevista exclusiva que publicamos nesta edição, ansioso por ver as bancadas do Dragão coloridas e sonoras. Claro que quando se sonha, o cenário tem sempre tons agradáveis, mas num estádio com adeptos há sempre uma linha muito fina, um mau passe ou um golo falhado a traçar a fronteira com o pesadelo. Depois de um campeonato ganho por um Sporting que primeiro se estranhou e depois se entranhou, ontem foi perguntado diretamente a
Rúben Amorim pela influência do regresso dos adeptos na psique da sua equipa, maioritariamente jovem e poupada a esse crivo ao longo de uma época. O técnico dos leões, sabiamente, reconheceu que, a espaços, será preciso lidar com o barulho dos quase dez mil que estarão em Aveiro (que não são tão poucos assim!), mas chutou a questão para canto com o argumento da necessidade de, num clube grande, se estar preparado para isso. Tal como apelou a um “upgrade” de responsabilidade e fome de vitórias no seu (ainda jovem) grupo de jogadores, esgrimindo com um ano de trabalho em conjunto que só pode ser melhorado. Esta Supertaça – e o passado recente deu provas de como a competição tanto pode ser um ponto de partida como um arranque falhado – é bem mais do que apenas o primeiro troféu da época. Se para o Braga é mais um momento histórico em perspetiva, para o Sporting é um exame tridimensional: a taça, a resposta à exigência superior sem o fator surpresa e o teste da presença de público. Amorim pode sempre recordar aos seus “meninos” que, em certas civilizações, os rituais de passagem à idade adulta envolvem leões verdadeiros...