O Jogo

TRANCAS À PORTA

LIGA DÁ RAZÃO ÀS QUEIXAS DE SÉRGIO CONCEIÇÃO E “FECHA” ESTÁDIO DOS BARREIROS

- CLÁUDIA OLIVEIRA CAROLINA RODRIGUES ANTÓNIO BARROSO

Carlos Pereira desculpa-se com o clima e desfere ataque pessoal ao treinador do FC Porto

Relvado foi trocado em 2016 e mereceu reparos até do de treinadore­s Marítimo

Daniel Ramos foi o primeiro a criticar; há um ano, José Gomes falava em “vergonha”

Dragões respondem que o dirigente maritimist­a “não tem dimensão para beliscar” o técnico

Segunda avaliação negativa da Liga ao relvado impede o Marítimo de jogar em casa. Não foi a tempo, contudo, de evitar as queixas do FC Porto. Comissão técnica visita hoje o recinto

As imagens do Marítimo FC Porto foram esclareced­oras para a Liga, que deu nota negativa (1,67 numa escala de zero a cinco) ao relvado do Estádio dos Barreiros e o interditou a treinos e jogos. De acordo com o procedimen­to definido no Manual de Licenciame­nto de Competiçõe­s, o organizado­r das provas profission­ais anunciou, ontem, em comunicado,ainterdiçã­o,que surge “depois de o mesmo ter sido pontuado com a segunda nota 2 consecutiv­a no jogo contra o FC Porto, tal como já havia ocorrido no encontro da primeira jornada entre Marítimo e Braga, tendo [então] sido notificado o clube para o risco de interdição”.

O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, reagiu com indignação às críticas de Sérgio Conceição ao estado do relvado, após o empate (1-1) na última jornada, embora as péssimas condições tenham sido percetívei­s até para quem assistiu ao jogo pela televisão. Depois, no twitter do clube, as críticas da SAD madeirense voltaram-se para o organismo que tutela o futebol profission­al, acusado de ter “um peso, duas medidas”, com uma lista de outros relvados alegadamen­te em más condições: o do Municipal de Arouca, o do estádio do Tondela e o do Farense.

Os problemas do relvado do Caldeirão não são novidade.

Desde que foi substituíd­o, no verão de 2016, o rol de queixas, enãoapenas­detreinado­resadversá­rios, é vasto. Até mesmo entre os da casa. A 9 de setembrode­2017,DanielRamo­s,técnico maritimist­a à data, pôs o dedo na ferida: “Há momentos da época em que se tem relvados piores do que o desejável. Também lamento que o relvado esteja mau porque ainda não consigo treinar cá”. Duas semanas depois, o Aves apresentou um protesto do jogo nos Barreiros, pelo estado da relva.

Em julho de 2020, outro treinador da casa, José Gomes, lamentou publicamen­te o estadodota­pete.“Tenhodific­uldade em perceber porque é que o relvado está no estado em que está.Fuioprimei­roadizer,desde o dia em que cheguei, que prefiro não treinar aqui e ter o relvado em condições para o jogo”, afirmou. Em novembro

seguinte foram colocadas novas faixas de relva, mas o efeito não foi duradouro, pois Bruno Pinheiro, treinador do Estoril, em janeiro de 2021, por ocasião de uma eliminatór­ia da Taça de Portugal, declarou-se preocupado com o piso. Tinha razão, porque, em fevereiro, o estádio foi interditad­o a treino se o relvadoter­minou a época 2020/21 com a pior classifica­ção entre os do escalão principal. Especialis­tas madeirense­s têm escrito, na imprensa local, que o problema está no solo, afetado por fungos.

Hoje, o recinto será visitado pela comissão técnica da Liga, que continuará a acompanhar a evolução da condição do relvado. Quando houver melhorias, a interdição será levantada.Na prática, o Marítimo pode nem sequer ser afetado a nível competitiv­o, visto que o próximo jogo em casa será daqui a três semanas, com o Arouca.

AROUCA É O PRÓXIMO ADVERSÁRIO DO MARÍTIMO, EM CASA. SAD TEM TRÊS SEMANAS PARA TRATAR OU MUDAR O PALCO

DO JOGO

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