Duas finais falhadas e mais dez dias de luta
Susana Veiga foi 12.ª nos 50 livres S10 e David Grachat foi 10.º nos 400 livres S9. A natação nacional tem o objetivo de atingir finais e recordes nacionais
Após uma entrada modesta da estreante Susana Veiga e do quatro vezes paralímpico David Grachat, Portugal tem até dia 3 para perseguir os objetivos da natação portuguesa, que levou a Tóquio seis atletas
●●● Susana Veiga, nos 50 metros livres S10, e David Grachat, nos 400 metros livres S9, falharam ambos as finais nos Jogos Paralímpicos de Tóquio’2020, onde Portugal compete com 33 atletas em 22 modalidades. Com o 12.º tempo (29,61s), a nadadora de 21 anos ficou a quase um segundo do recorde pessoal e nacional. “Comecei com o pé errado, acusei alguma pressão. Sinto que poderia ter sido muito melhor”, afirmou a atleta do CN Colégio Vasco da Gama, em estreia paralímpica e que compete em S10 (menor grau de deficiência) por não haver a sua categoria nos Jogos. “Sabia que ir à final era difícil. O meu objetivo era o tempo e fiquei longe do meu recorde, de 28,85, que consegui nos Europeus, na Madeira”, referiu Susana Veira, acrescentando: “Sinto que estou a viver numa Disney em versão desporto, estou a tentar aproveitar isto ao máximo. Mas, se calhar, a nível psicológico não estou a cem por cento para estar aqui”. A campeã europeia e vice-campeã mundial dos 50 m livres S9, com três anos de natação adaptada e a frequentar a licenciatura em Educação Básica, prepara-se agora para os 100 m livres S9 (dia 31).
Sétimo em Pequim’08 (200 estilos SM9), sexto em Londres’12 (400 livres S9) e oitavo no Rio’16 (400 livres S9), David Grachat foi ontem 10.º nos 400 livres S9, com 4m27,96s. “Dei o que tinha e o que não tinha, mas não consegui apurar-me, sabia que era muito difícil. Nos últimos 50 metros não tive capacidade de arrancar”, disse o vicecampeão mundial de 2017, realçando: “Cheguei aqui com o 11.º tempo do ranking mundial, sabia que ia ser muito complicado”. Aos 34 anos, David Grachat, formado em Educação Física, despede-se de Tóquio e pensa no futuro: “Vou sentar-me com o meu treinador e vamos conversar. Mais tarde, de cabeça fria, irei pensar se continuo ou se termino”.
Os nadadores Marco Menezes (400 livres S11) e Diogo Cancela (100 bruços SB8 ), e o ciclista Telmo Pinão (3000 perseguição individual C2) são os portugueses em ação hoje, seguindo-se amanhã, de novo, Diogo Cancela (100costas S8) e Marco Menezes (50 livres S11) e, em equestre, Ana Mota Veiga (teste individual - grau I). Na natação, Portugal continua em busca de finais e recordes nacionais, objetivo traçado pelo coordenador Carlos Mota.
A Austrália lidera o quadro de medalhas com dez, seis de ouro, seguida pela China (total: 8; ouro: 5) e Rússia (total: 6; ouro: 3).
“Sinto que estou a viver numa Disney em versão desporto. Mas, se calhar, a nível psicológico não estou a cem por cento para estar aqui”
Susana Veiga
50 m livres S10
“Dei o que tinha e o que não tinha, mas não consegui apurar-me, sabia que era muito difícil. Nos últimos 50 metros não tive capacidade de arrancar”
David Grachat
400 m livres S9