Fernando Santos “O lógico seria ganhar por quatro ou cinco golos”
AVALIAÇÃO Selecionador português apreciou o domínio do jogo e a atenção dada aos equilíbrios, ainda que tenha lamentado a pouca eficácia perante tantas ocasiões criadas
Pela primeira vez depois da derrota com a Bélgica, no Campeonato da Europa, Portugal não sofreu golos. Triunfo confortável em Baku foi possível, segundo o selecionador, devido ao jogo coletivo
Fernando Santos saiu de Baku agradado com a vitória frente ao Azerbaijão e também com as provas dadas pela equipa portuguesa em relação à importância do jogo coletivo, ainda que tenha lamentado os erros de finalização. “Podiam ter sido mais golos. Criámos muitas oportunidades, mas faltou-nos melhor definição na finalização. Foi um resultado escasso em função das oportunidades de golo criadas. O lógico teria sido ganhar por quatro ou cinco golos ”, resumiuo sele cio na dor português, alargando depois o raio de análise. “Portugal foi uma equipa muito consistente em todos os momentos, sem perder organização e com objetividade atacante. Foi um jogo bem conseguido, embora com um momento ou outro em que nem tudo saiu bem, como aquelas desconcentrações na parte final”, apontou.
Em relação ao último jogo da fase de qualificação para o Mundial do Catar, Portugal apresentou-se com duas alterações, isto é, com João Moutinho e André Silva nos lugares de Rafa Silva e Cristiano Ronaldo, este último castigado. “No jogo com a Irlanda, a equipa teve 25 minutos bons, aqueles em que teve equilíbrio. O João Moutinho dá esse equilíbrio nos dois momentos de jogo, quer na transição defesa-ataque do adversário, quer na nossa transição, porque pressiona logo. Por isso é que optei por ele”, explicou Fernando Santos, que lamentou que a equipa nacional tenha perdido algum discernimento na reta final. “O Palhinha ficou condicionado com o amarelo, o Bernardo até já estava com dificuldades... Tentei reforçar com mais velocidade de ponta, tirei o Raphael, que estava a jogar bem, e houve a entrada do Guedes, um jogador parecido com o Jota... Continuámos a criar situações de golo”, explicou.
Perante uma “boa equipa”, o selecionador nacional insistiu que Portugal fez uma “boa exibição” e realçou o equilíbrio demonstrado do início ao fim. “As equipas fortes são as que marcam e não sofrem golos. A equipa esteve sempre equilibrada e, quando é assim, normalmente Portugal ganha. Temos que conseguir manter este padrão, é o que marca a diferença. As coisas irão começar naturalmente a funcionar”.
Sobre a garrafa de vinho do Porto reclamada pelo selecionador do Azerbaijão na véspera, Fernando Santos não escondeu alguma perplexidade. “Não sei do que fala, não lhe devo nada. Mas se ele está assim tão interessado, qualquer dia envio-lhe uma”.
“Criámos muitas oportunidades, mas faltou-nos melhor definição na finalização. Foi escasso”
“O João Moutinho dá equilíbrio à equipa nos dois momentos de jogo. Por isso é que optei por ele”
“A equipa esteve sempre equilibrada e, quando é assim, normalmente Portugal ganha”
“Garrafa de vinho do Porto? Não sei do que fala [o selecionador do Azerbaijão]. Mas um dia destes envio-lhe uma...”