JORGE BRAZ
“Não me deixam chegar cedo a casa”
Campeão europeu da modalidade, Portugal estreia-se hoje (18H00, RTP 1) com a Tailândia no Mundial de futsal. Jorge Braz revelou que a família já avisou que só o quer de volta após a final
O selecionador nacional garante que nunca ter duvidado da presença de Ricardinho e mostra-se agradado com a “irreverência” deste grupo.
Depois de mais de um mês de estágio, a equipa está em ponto de rebuçado para a fase de grupos?
—Estamos onde queríamos estar, do meu ponto de vista. Terminamos as quatro semanasmuitobem.Hásemprecoisas para melhorar. Todos os dias são uma oportunidade
importante para evoluir.
Dezanove golos marcados e onze sofridos em sete amigáveis indicam uma equipa não muito concretizadora, porém defensivamente assertiva. Estes indicadores devem ser tidos em conta?
—Fomos melhorando e evoluindo, que era o que pretendíamos. O resultado em si é sempre um indicador avaliativo, mas não nos desviamos de testar, de dar oportunidade a todos e de proporcionar experiências e sensações que achamos que eles vão viver agora no Mundial.
Ser o campeão europeu dá uma motivação adicional?
—É uma responsabilidade, nós sabemos disso. O passado não nos traz nada para o presente. O passado e o facto de termos esse título, alertou foi muitosdosnossosadversários. Mais atentos, mais motivados para nos vencer e isso traz-lhes mais confiança.
Rússia, Brasil, Argentina, Espanha e Portugal. É deste lote de favoritos que sairá o campeão mundial?
—Tendencialmente será por aí. Temos um Irão que é fortíssimo,quetemumacapacidade de jogar seja contra quem for. Eliminou o Brasil no último Mundial e venceu a medalha de bronze frente a Portugal. Tenho a certeza que ali pelo meio haverá várias surpresas.
Quais são as diferenças entre este grupo e a equipa campeã europeia?
—Do ponto de vista comportamental, as coisas têm sido muito semelhantes nestas últimas épocas. No ponto de vista destes 16, temos gente muito jovem, muito irreverente e com enorme qualidade. Essa irreverência pode ser muito importante em vários momentos, e temos também gente com enorme experiência que sabe muito bem o que é preciso. A principal diferença, é a variabilidade de competências entre vários jogadores, como o Afonso, o Paçó e o Zicky,
que me atrai muito pela nossa forma de jogar e pela nossa forma de ser como equipa.
Como está o Ricardinho? Temeu não poder contar com ele
—O Ricardo quando se dedica a trabalhar em busca de um objetivo, raramente falha.
Tem sido esse o percurso dele, mas sabia que ele ia lá chegar e confirmou-se. A maioria dos objetivos que queremos conquistar depende de nós, e o Ricardo por tudo o que tem feito no futsal, tem-no conseguido por esta obsessão e capacidade de se dedicar ao objetivo. Ele queria muito estar no Mundial e está aqui. Na minha opinião, vai apresentar-se num patamar idêntico ao que já esteve.
A sua família esteve apareceu de surpresa na final do Europeu. Desta vez, vão estar na final do Mundial?
—Fui proibido de entrar em casa antes do dia 4 de outubro. Portanto, já me disseram que se vier mais cedo não posso ir para casa. Quero tentar que isso não aconteça, só para não ter a porta fechada.
“O Ricardinho quando se dedica a trabalhar em busca de um objetivo raramente falha. Vai estar a um patamar idêntico ao que já esteve”
Jorge Braz Selecionador nacional de futsal