Análise: próximo desafio de Diogo Costa é a liderança
O JOGO revela-lhe o programa elaborado pelo FC Porto que permitiu ao colombiano brilhar em Alvalade. Segredo foi o sono e a alimentação
O extremo, tal como Uribe e Corona, foi avaliado pela equipa técnica e pelo departamento de saúde e só depois se decidiu a utilização. Clube monitorizou as viagens e até enviou o plano alimentar
Foram 90 minutos e um golo pela seleção, meio dia dentro de aviões e mais algumas horas a descansar até ser titular e oferecer, num lance de assinatura, um ponto ao FC Porto no clássico de Alvalade. Luis Díaz arrancou a época em grande e nem os muitos quilómetros – e minutos - que acumulou o impediram de voltar a ser decisivo: dois golos em dois dias, com um intervalo de 44h30. Não é para todos. O JOGO conta-lhe como é que o extremo, mas também Corona e Uribe, foram “embalados” - porque o sono foi decisivo - para o clássico.
tO segredo foi o descanso e a alimentação, mas também, como Pepe sublinhou, o profissionalismo e a vontade de ajudar a equipa. Houve um planeamento especial, coordenado entre o departamento médico e técnico do clube que levou o FC Porto a acompanhar ao pormenor a presença dos três internacionais nas seleções. As viagens foram monitorizadas, foram enviados planos de alimentação e programadas as horas de sono (no avião e no hotel para diluir os efeitos do fuso horário) e de descanso dos três internacionais de forma a que estes, ao contrário de todas as previsões - e até do que seria aconselhável em alta competição -, fossem titulares no clássico menos de 48 horas depois, no caso dos colombianos, de terem jogado pela seleção. Conceição arriscou, mas só depois de os três jogadores terem sido avaliados pela equipa técnica e pelo departamento de saúde nos diferentes vetores para perceberem em que estado estavam ao nível da fadiga física, mas também mental, depois de terem estado em ação e feito uma viagem transatlântica.
No sábado, dia do clássico, além da referida avaliação, os três internacionais passaram a maior parte do tempo nos respetivos quartos a descansar, tendo saído apenas para as refeições, para as habituais reuniões com os elementos da equipa técnica (em que foram dadas as últimas indicações táticas para o clássico), e para fazerem gelo de forma a recuperarem melhor os músculos. O contacto com a bola só voltou a ser feito já no relvado de Alvalade durante o aquecimento.
Porém, tudo começou nos ares. Corona atravessou o Atlântico em aviões comerciais e podia ter chegado à Invicta a tempo de participar no último treino, mas o clube optou por privilegiar o descanso e poupá-lo de uma nova viagem, agora de autocarro, até à capital. Por isso, Tecatito seguiu direto para Lisboa e foi mesmo o primeiro da comitiva a entrar em estágio. Os últimos, já perto da meia noite de sexta, foram Luis Díaz e Uribe. Os dois colombianos viajaram num voo privado desde Barranquilla até Paris, onde apanharam um voo regular para o aeroporto Humberto Delgado.
Além do descanso, a alimentação foi o outro elemento fundamental para os jogadores se apresentarem nas condições necessárias para irem a jogo. O nutricionista do FC Porto preparou um plano que foi enviado aos jogadores com o que deviam ingerir durante as viagens e até nas escalas que efetuaram.