O Jogo

PIMENTA VALE OURO

Triunfo em K1 1000 nos Mundiais de Copenhaga vale a quarta medalha do ano

- RUI GUIMARÃES

“TODOS OS SACRIFÍCIO­S VALERAM A PENA”

“A medalha de hoje [ontem], sem dúvida, que estaria no pódio de importânci­a das que já conquistei”

“Esta última fase de treino após os Jogos Olímpicos foi muito complicada”

Fernando Pimenta Campeão do Mundo de k1 1000

Batendo, ainda por alguma margem, o campeão olímpico e, agora ex-campeão mundial – o húngaro Balint Kopasz – , Pimenta chegou às 107 medalhas só em competiçõe­s internacio­nais. É obra!

“Chegámos a ponderar não vir ao campeonato do Mundo. Estava muito cansado física e psicologic­amente. Estava mesmo no limite, mas olhava para a linha de meta com o objetivo de um dia a minha família e filha dizerem que valeu a pena aqueles momentos de sacrifício longe deles, abdicar de tudo e de todos e trabalhar com o meu treinador, que sempre acreditou que este título era possível”. Estas palavras são de Fernando Pimenta, um atleta para o qual quase já não há palavras, e que ontem, em Copenhaga (Dinamarca) se sagrou campeão mundial de k1 1000 metros, o que conseguiu pela segunda vez, depois de já ter conquistad­o tal título em 2018, em Montemor-o-Velho. Incluindo duas olímpicas – prata, em 2012, em k2 1000 metros, na companhia de Emanuel Silva; e bronze, este ano, em K1 1000 –, esta foi a 107.ª medalha internacio­nal do canoísta que colocou Ponte de Lima no mapa do desporto. Só este ano, para além do título de ontem e da medalha em Tóquio, Pimenta foi prata em k1 1000 e bronze no k1 5000 no Campeonato da Europa.

“Sem dúvida que este ouro sabe muito bem. Foram anos muito difíceis, duros. Sempre a tentar inovar, melhorar, com alguns altos e baixos. Aprendemos com alguns momentos mais baixos. Esta última fase de treino após os Jogos Olímpicos foi muito complicada”, continuou Fernando Pimenta, em declaraçõe­s à Agência Lusa, ele que terminou a prova em 3m25,82s, mostrando-se superior ao campeão mundial e olímpico, o húngaro Balint Kopasz, por 67 centésimos. Aleh Yurenia, da Bielorrúss­ia, levou mais 4,65 segundos a fazer os 1000 metros e coube-lhe a última posição do pódio. “Tentei pôr em prova o que o meu treinador [Hélio Lucas] disse. Tentei gerir bem, ir ganhando a frente. Sabia que se forçasse um pouco mais, ele ia acabar por ceder. Estamos num nível muito idêntico. Nos Jogos Olímpicos, ele venceu e bem, e hoje [ontem ] eu ganhei com alguma margem. A canoagem é assim”, sublinhou o canoísta de 32 anos que representa o Benfica.

Como referimos, esta foi a 107.ª medalha internacio­nal de Fernando Pimenta, um registo verdadeira­mente impression­ante de um atleta de uma dedicação ímpar à canoagem. Curiosa, é a forma como o limiano olha para esta conquista. “A medalha de hoje [ontem], sem dúvida, que estaria no pódio de importânci­a das que já conquistei. Os dois em Portugal, sem dúvida, que são dos momentos mais altos da minha carreira e este é fechar com chave de ouro um ciclo olímpico longo e bastante exigente”, justificou.

A participaç­ão de Pimenta nestes Mundiais não termina aqui e, hoje, volta a competir, no K1 5000, sendo que com novo êxito fará o pleno de pódios europeus e mundiais neste ciclo olímpico.

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FERNANDO PIMENTA COM A MEDALHA DE OURO ALCANÇADA ONTEM EM COPENHAGA, NA DINAMARCA

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