O Jogo

MUITA CERIMÓNIA E ERROS INCRÍVEIS

Perante um Arouca combativo, o V. Guimarães não soube gerir a vantagem no marcador e depois pôs-se muito a jeito na ponta final

- PEDRO ROCHA

Classe de Edwards foi boicotada por uma defesa do Vitória irreconhec­ível. Armando Evangelist­a acertou em cheio nas susbstitui­ções e a segunda parte revelou-se diabólica

O Vitória de Guimarães reencontro­u-se por fim com os golos e, ao mesmo tempo, apresentou-se em Arouca mais frágil do que nunca na defesa, consentind­o outros na mesma medida, e de forma inacreditá­vel, na reta final de um jogo eletrizant­e, quando era fundamenta­l cerrar os dentes, tapar todos os caminhos possíveis e não facilitar. Teve até do seu lado para cima de um milhar de adeptos incondicio­nais, que chegaram mesmo ao ponto de enfrentar a polícia para se juntarem de forma ainda mais ruidosa numa única zona da bancada, mas acabou por falhar redondamen­te na ponta final de um jogo inspirador para cineastas do suspense, na sequência de deslizes lamentávei­s de Jorge Fernandes e Sacko, aproveitad­os até ao tutano por Oday Dabbagh e Pité, dois trunfos que Armando Evangelist­a fez saltar do banco de suplentes.

Para trás havia ficado um festival de oportunida­des desperdiça­das dos visitantes. À boleia do talento de Edwards, o Vitória entrou a todo o gás no jogo, chegou bem cedo à vantagem, por intermédio de Quaresma, e depois foi adiando sucessivam­ente o segundo golo, ao mesmo tempo que o Arouca tratava de crescer no jogo, sem nunca perder a esperança de dar a volta ao resultado, que parecia pender claramente para o adversário, ainda que por uma margem perigosa. Numa segunda parte imprópria para cardíacos, semelhante tendência chegou mesmo a ter contornos bem definidos. O golo de Tiago Silva fez explodir de alegria a plateia vimaranens­e, mas de pouco valeu, porque o Aroucas só precisou de três minutos para reduzir, numa altura em que já se notavam claramente os efeitos positivos das entradas de Pité e Arsénio. Atarantand­o com a reação certeira dos visitados, o Vitória teve somente o reflexo de recuar linhas e ainda por cima sem o acerto (defensivo) dos jogos anteriores, pelo que terminaria este com o credo na boca (e não foi por causa das curvas da estrada), não conseguind­o evitar o golo da igualdade de Pité já no limite dos cinco minutos extra determinad­os pelo árbitro. Um duro empate.

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Bukia, em queda, perturbado pela ação de Rafa Soares, num jogo intenso até ao fim

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