MUITA CERIMÓNIA E ERROS INCRÍVEIS
Perante um Arouca combativo, o V. Guimarães não soube gerir a vantagem no marcador e depois pôs-se muito a jeito na ponta final
Classe de Edwards foi boicotada por uma defesa do Vitória irreconhecível. Armando Evangelista acertou em cheio nas susbstituições e a segunda parte revelou-se diabólica
O Vitória de Guimarães reencontrou-se por fim com os golos e, ao mesmo tempo, apresentou-se em Arouca mais frágil do que nunca na defesa, consentindo outros na mesma medida, e de forma inacreditável, na reta final de um jogo eletrizante, quando era fundamental cerrar os dentes, tapar todos os caminhos possíveis e não facilitar. Teve até do seu lado para cima de um milhar de adeptos incondicionais, que chegaram mesmo ao ponto de enfrentar a polícia para se juntarem de forma ainda mais ruidosa numa única zona da bancada, mas acabou por falhar redondamente na ponta final de um jogo inspirador para cineastas do suspense, na sequência de deslizes lamentáveis de Jorge Fernandes e Sacko, aproveitados até ao tutano por Oday Dabbagh e Pité, dois trunfos que Armando Evangelista fez saltar do banco de suplentes.
Para trás havia ficado um festival de oportunidades desperdiçadas dos visitantes. À boleia do talento de Edwards, o Vitória entrou a todo o gás no jogo, chegou bem cedo à vantagem, por intermédio de Quaresma, e depois foi adiando sucessivamente o segundo golo, ao mesmo tempo que o Arouca tratava de crescer no jogo, sem nunca perder a esperança de dar a volta ao resultado, que parecia pender claramente para o adversário, ainda que por uma margem perigosa. Numa segunda parte imprópria para cardíacos, semelhante tendência chegou mesmo a ter contornos bem definidos. O golo de Tiago Silva fez explodir de alegria a plateia vimaranense, mas de pouco valeu, porque o Aroucas só precisou de três minutos para reduzir, numa altura em que já se notavam claramente os efeitos positivos das entradas de Pité e Arsénio. Atarantando com a reação certeira dos visitados, o Vitória teve somente o reflexo de recuar linhas e ainda por cima sem o acerto (defensivo) dos jogos anteriores, pelo que terminaria este com o credo na boca (e não foi por causa das curvas da estrada), não conseguindo evitar o golo da igualdade de Pité já no limite dos cinco minutos extra determinados pelo árbitro. Um duro empate.