UNIDOS PELA PAZ
TREINADORES DESARMADILHARAM CLIMA DE TENSÃO ANTES DO PRIMEIRO DUELO NA TAÇA DE PORTUGAL
Sérgio Conceição: “Ninguém quer ver repetido o que se passou no Dragão”
Rúben Amorim: “Temos de dar um exemplo melhor do que no último clássico”
// Dragões têm menos minutos nas pernas, leões têm mais baixas // Pinto da Costa no camarote presidencial, mas longe de Frederico Varandas // Sarabia no onze do Sporting, Pepe e Uribe de regresso no FC Porto
Sérgio Conceição geriu a fadiga do plantel no duplo confronto com a Lázio, poupando alguns dos mais utilizados. Lesões e castigos têm desafiado ambos os técnicos
Feddal, Palhinha e Pedro Gonçalves inflacionariam a soma dos lisboetas, que conquistaram a Taça da Liga. Dragões, porém, disputaram um jogo europeu há uma semana e os leões não.
A partir de tantos debates sobre calendários e o impacto nas equipas, O JOGO quis saber: quem chega ao Sporting FC Porto de hoje com mais desgaste? A conclusão aponta para os leões, com 26147 minutos distribuídos pelos onze utilizados e incluindo apenas quem, garantida mente, pode ira jogo hoje, na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal. Feddal (em dúvida ), Palhinha e Pedro Gonçalves fariam parte da lista que expomos em cima e aumentariam a diferença para os dragões, que vão a Alvalade com 24415 minutos nas pernas acumulados pelos mais rodados. Dito de outra forma, em média, cada jogador do Sporting conta mais 158 minutos do que os adversários azuis e brancos. Naturalmente, há diferenças entre estas listas e os onze base, nem tão poucos e trata de projetar as equipas prováveis, até porque, desde logo e como já é habitual com Sérgio Conceição, haverá troca de guardaredes, com Diogo Costa a ceder o lugar a Marchesín. Mesmo que excluíssemos os donos das balizas, que não são sujeitos ao mesmo nível de desgaste físico, o Sporting continuaria com mais minutos. Ainda assim, se não tivesse saído para o Liverpool, Luis Díaz também iria inflacionar o número dos dragões.
Em enquadramentos distintos, tanto Sporting como FC Porto têm sido desafiados pela densidade competitiva. Os leões disputaram (e venceram) a Supertaça, além de terem repetido o sucesso na Taça da Liga. Nessa prova, não só o FC Porto não chegou à final final four, como, já eliminado, jogou praticamente com a equipa B na derradeira ronda da fase de grupos. Porém, nem por isso os limites dos dragões deixam de ser colocados à prova e, num impacto imediato, vão hoje a jogo com menos um dia de descanso do que os rivais. Olhando para trás, a equipa de Sérgio Conceição defrontou Benfica e Vizela nas duas rondas anteriores da Taça de Portugal, num cenário pouco recomendável para poupanças, enquanto a UEFA passou uma fatura mais exigente e que também nos convida a olhar para a frente. A queda dos azuis e brancos para a Liga Europa garantiu uma eliminatória a mais por comparação com o Sporting na Liga dos Campeões, que daqui a uma semana reencontra-se com o Manchester
City depois de ter perdido por 5-0 em casa. Por outro lado, o FC Porto já disputou 180 minutos com a Lázio e, por se ter apurado, já garantiu, até à paragem das seleções, a disputa de outros tantos (no mínimo) diante do Lyon. Todo este cenário tem levado Sérgio Conceição a gerir o desgaste e a explorar a profundidade do plantel, sobretudo na Liga Europa, competição que não se equipara à Liga Bwin nas prioridades dos azuis e brancos.
Outro fator não está nas mãos dos treinadores: castigos e lesões. Pote e Pedro Porro, por exemplo, dois jogadores tão determinantes para o Sporting na conquista do título nacional, na época passada, têm enfrentado problemas físicos, enquanto a defesa do FC Porto tem sido constantemente mudada. O capitão Pepe, ora castigado, ora lesionado, está quase no fim da lista e, no lado direito, João Mário é o único lateral de raiz disponível e também esteve praticamente um mês parado por lesão.
Por fim, impossível de quantificar é o desgaste psicológico e eventuais marcas que a eliminatória – ou pelo menos o jogo de hoje – poderá deixar em duas equipas que travam uma luta intensa pelo campeonato, depois de ambas terem escorregado no último fim-de-semana.