“Temos quatro empates, não devíamos ter nenhum”
Treinador portista recuou ao encontro com o Gil Vicente para voltar a criticar o tempo útil e deixar uma mensagem forte de exigência em relação à época
Sérgio Conceição elogiou a qualidade do Sporting e o trabalho de Rúben Amorim, garantindo que está preparado para defrontar uma equipa que hoje pode apresentar um ou dois avançados.
Sérgio Conceição não esconde o desejo de voltar ao Jamor, mas sabe que para lá chegar tem de fazer história: eliminar o Sporting, algo que nunca conseguiu desde que chegou ao Dragão. Depois de renovar os elogios à equipa de Rúben Amorim e de dizer que não sabe que estratégia será utilizada pelo rival neste terceiro duelo da época, o treinador portista puxou o filme atrás para recordar o pouco tempo útil do jogo com o Gil Vicente e deixar uma mensagem forte de exigência ao grupo a propósito dos oito pontos perdidos no campeonato. Isto num alonga resposta, que ocupou um terço dos 12 minutos que durou a conferência de Imprensa.
Como perspetiva o jogo com o Sporting?
—Temos como objetivo chegar à final e ganhar, mas para isso é preciso passar este obstáculo, o Sporting, num contexto com muitos jogos em poucos dias. Dentro dessa dificuldade na preparação do jogo, temos de dar o nosso melhor.
Sporting é o adversário mais complicado que tem em Portugal?
—É o campeão nacional, está na Liga dos Campeões, é uma equipa forte e com uma boa equipa técnica, com bons jogadores individualmente e bem trabalhada coletivamente. É um adversário forte, um dos que temos nas competições internas.
Está à espera de um Sporting
com Paulinho e Slimani no ataque ou apenas com um avançado?
—Não posso controlar aquilo que o adversário vai fazer em termos estratégicos. Em termos estruturais a equipa não muda nada. Podem alinhar jogadores com características diferentes daqueles que têm jogado e estamos preparados para essa situação.
Com o Sporting e o Gil Vicente, no Dragão, o FC Porto perdeu quatro pontos, apesar de ter estado a jogar contra 10. Como justifica essa situação?
—Somos uma equipa ousada, que pressiona alto, é mais fácil juntar a equipa no terço defensivo e defender à frente da grande área, porque o espaço é menor, mesmo que se cometam erros. São menos visíveis. Quando se quer pressionar alto e defender como fazemos, existem mais espaços nas costas e ficamos mais expostos, como é óbvio, e não é preciso nenhum curso de treinador para perceber isso. Nesses dois jogos houve momentos em que bastou um jogador não fazer o que foi planeado para permitir ao adversário chegar à nossa baliza mais do que queríamos e fazer golo, neste caso dois com o Sporting e um com o Gil. São situações identificadas, trabalhadas e retificadas. Temos que ver o contexto. A equipa adversária ficar em inferioridade numérica não tem que ver com o sucesso da outra equipa, neste caso a nossa. Olhámos para o que se passou no jogo [com o Gil Vicente] e empatámos aos 76 minutos, jogaram-se mais três minutos e falei no tempo útil de jogo. No final do jogo levei um amarelo porque fui perguntar ao árbitro, o senhor Manuel Mota, como foi possível só oito minutos de descontos.
Sérgio Conceição lembrou que, frente ao Gil Vicente, dos 70 aos 82 minutos jogou-se apenas um minuto e meio.
SÉRGIO CONCEIÇÃO “Sporting é o campeão nacional, está na Liga dos Campeões, é uma equipa forte e com uma boa equipa técnica”
“Temos como objetivo chegar à final e ganhar, mas para isso é preciso passar este obstáculo, com muitos jogos em poucos dias”
“No final do jogo levei um amarelo porque fui perguntar ao árbitro, o senhor Manuel Mota, como foi possível só oito minutos de descontos”
“Em 12 minutos jogou-se um minuto e meio. Isto faz com que a equipa adversária, em inferioridade, tenha vantagem”
Houve um problema com o auricular do árbitro, aos 70 minutos, o jogo recomeçou cinco ou seis minutos depois e parou logo, porque estava um jogador fora do relvado e senhor Manuel Mota interrompeu o jogo. Isto para dizer que, dos 70 minutos aos 82 minutos, jogou-se um minuto e meio. Só naquele período... Temos adjuntos com cronómetro e soubemos. Em 12 minutos jogou-se um minuto e meio. Isto faz com que a equipa adversária, em inferioridade, tenha vantagem. Em termos útil de jogo, é uma vergonha, uma vergonha. Jogar contra 10 não se tornam ais fácil, ma sé evidente queé melhor, não há dúvida, mas temos de olhar para o contexto e não de uma forma simples e básica. É verdade que podíamos ter ganho, porque enviámos duas bolas à trave e uma ao poste, que deviam ter entrado, e temos quatro empates na Liga, mas não devíamos ter nenhum. Temos de melhorar, eu e os jogadores. Devíamos ter só vitórias. Na
Liga dos Campeões estivemos duas vezes nos quartos, devíamos ter estado na final... Estamos aqui para melhorar.