O Jogo

“Temos quatro empates, não devíamos ter nenhum”

Treinador portista recuou ao encontro com o Gil Vicente para voltar a criticar o tempo útil e deixar uma mensagem forte de exigência em relação à época

- MANUEL CASACA

Sérgio Conceição elogiou a qualidade do Sporting e o trabalho de Rúben Amorim, garantindo que está preparado para defrontar uma equipa que hoje pode apresentar um ou dois avançados.

Sérgio Conceição não esconde o desejo de voltar ao Jamor, mas sabe que para lá chegar tem de fazer história: eliminar o Sporting, algo que nunca conseguiu desde que chegou ao Dragão. Depois de renovar os elogios à equipa de Rúben Amorim e de dizer que não sabe que estratégia será utilizada pelo rival neste terceiro duelo da época, o treinador portista puxou o filme atrás para recordar o pouco tempo útil do jogo com o Gil Vicente e deixar uma mensagem forte de exigência ao grupo a propósito dos oito pontos perdidos no campeonato. Isto num alonga resposta, que ocupou um terço dos 12 minutos que durou a conferênci­a de Imprensa.

Como perspetiva o jogo com o Sporting?

—Temos como objetivo chegar à final e ganhar, mas para isso é preciso passar este obstáculo, o Sporting, num contexto com muitos jogos em poucos dias. Dentro dessa dificuldad­e na preparação do jogo, temos de dar o nosso melhor.

Sporting é o adversário mais complicado que tem em Portugal?

—É o campeão nacional, está na Liga dos Campeões, é uma equipa forte e com uma boa equipa técnica, com bons jogadores individual­mente e bem trabalhada coletivame­nte. É um adversário forte, um dos que temos nas competiçõe­s internas.

Está à espera de um Sporting

com Paulinho e Slimani no ataque ou apenas com um avançado?

—Não posso controlar aquilo que o adversário vai fazer em termos estratégic­os. Em termos estruturai­s a equipa não muda nada. Podem alinhar jogadores com caracterís­ticas diferentes daqueles que têm jogado e estamos preparados para essa situação.

Com o Sporting e o Gil Vicente, no Dragão, o FC Porto perdeu quatro pontos, apesar de ter estado a jogar contra 10. Como justifica essa situação?

—Somos uma equipa ousada, que pressiona alto, é mais fácil juntar a equipa no terço defensivo e defender à frente da grande área, porque o espaço é menor, mesmo que se cometam erros. São menos visíveis. Quando se quer pressionar alto e defender como fazemos, existem mais espaços nas costas e ficamos mais expostos, como é óbvio, e não é preciso nenhum curso de treinador para perceber isso. Nesses dois jogos houve momentos em que bastou um jogador não fazer o que foi planeado para permitir ao adversário chegar à nossa baliza mais do que queríamos e fazer golo, neste caso dois com o Sporting e um com o Gil. São situações identifica­das, trabalhada­s e retificada­s. Temos que ver o contexto. A equipa adversária ficar em inferiorid­ade numérica não tem que ver com o sucesso da outra equipa, neste caso a nossa. Olhámos para o que se passou no jogo [com o Gil Vicente] e empatámos aos 76 minutos, jogaram-se mais três minutos e falei no tempo útil de jogo. No final do jogo levei um amarelo porque fui perguntar ao árbitro, o senhor Manuel Mota, como foi possível só oito minutos de descontos.

Sérgio Conceição lembrou que, frente ao Gil Vicente, dos 70 aos 82 minutos jogou-se apenas um minuto e meio.

SÉRGIO CONCEIÇÃO “Sporting é o campeão nacional, está na Liga dos Campeões, é uma equipa forte e com uma boa equipa técnica”

“Temos como objetivo chegar à final e ganhar, mas para isso é preciso passar este obstáculo, com muitos jogos em poucos dias”

“No final do jogo levei um amarelo porque fui perguntar ao árbitro, o senhor Manuel Mota, como foi possível só oito minutos de descontos”

“Em 12 minutos jogou-se um minuto e meio. Isto faz com que a equipa adversária, em inferiorid­ade, tenha vantagem”

Houve um problema com o auricular do árbitro, aos 70 minutos, o jogo recomeçou cinco ou seis minutos depois e parou logo, porque estava um jogador fora do relvado e senhor Manuel Mota interrompe­u o jogo. Isto para dizer que, dos 70 minutos aos 82 minutos, jogou-se um minuto e meio. Só naquele período... Temos adjuntos com cronómetro e soubemos. Em 12 minutos jogou-se um minuto e meio. Isto faz com que a equipa adversária, em inferiorid­ade, tenha vantagem. Em termos útil de jogo, é uma vergonha, uma vergonha. Jogar contra 10 não se tornam ais fácil, ma sé evidente queé melhor, não há dúvida, mas temos de olhar para o contexto e não de uma forma simples e básica. É verdade que podíamos ter ganho, porque enviámos duas bolas à trave e uma ao poste, que deviam ter entrado, e temos quatro empates na Liga, mas não devíamos ter nenhum. Temos de melhorar, eu e os jogadores. Devíamos ter só vitórias. Na

Liga dos Campeões estivemos duas vezes nos quartos, devíamos ter estado na final... Estamos aqui para melhorar.

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