A estrelinha só ilumina quem a procura

O FC Porto venceu o dérbi com muito sofrimento e alguma sorte à mistura, mas também teve de dar o litro para não ceder perante a avalanche de azares que lhe bateram à porta.

1 É tentador olhar para o jogo do Bessa e concluir que a estrelinha que acompanhou o Sporting na última época se mudou para o Porto. Afinal, Fábio Vieira, que marcou o único golo da partida, só jogou porque Taremi acusou positivo à covid-19 e o Boavista até namorou o empate nos minutos finais, com Diogo Costa e a trave a segurarem a vantagem. A questão é que toda a sorte que o FC Porto possa ter tido ontem é compensada pela sucessão de azares que condicionaram a equipa. O atraso na viagem de Lyon, que afetou o descanso de um plantel espremido por dez jogos em 30 dias, a baixa de Taremi em cima do apito inicial que forçou a mexer no onze mais rotinado, a lesão de Pepê que lhe retirou um dos principais desequilibradores, o remate de Evanilson que foi devolvido pelo poste impedindo o segundo golo e, com ele, a tranquilidade que teria escrito um final de jogo diferente. O FC Porto chega à pausa para os compromissos das seleções com seis pontos de vantagem depois de um mês a dar provas de resistência a cada três dias. A estrelinha saiulhe do lombo.

2 Palhinha reagiu aos incidentes nas bancadas do Afonso Henriques durante o Vitória-Sporting com uma mensagem nas redes sociais, refletindo sobre o tipo de exemplos que são dados aos mais novos nos estádios de futebol por parte dos respetivos “ídolos”. O médio do Sporting referia-se aos pais dos jovens adeptos, mas é impossível lê-lo e não recordar que ainda recentemente outros ídolos davam péssimos exemplos aos mais novos no final do clássico entre o FC Porto e o Sporting no Dragão. A “educação e a formação” é, de facto, o maior legado que podemos deixar às próximas gerações. Até por isso é importante perceber se estamos todos a fazer a nossa parte antes de pedirmos aos outros que façam a deles.