O Jogo

DESFORRA COM AMEAÇA DE ALGO MAIS

O Braga acertou as contas de 2020 com o Rangers e avança para a segunda mão em vantagem na eliminatór­ia, com via aberta para as meias-finais

- PEDRO ROCHA

A sociedade Yan Couto e Iuri Medeiros funcionou em pleno e foi pela direita que o Braga abriu caminho para o golo de Abel Ruiz. O Rangers nunca passou das intenções, apesar dos excessos de velocidade.

O primeiro “round” com o Rangers, com paisagem para as meias-finais da Liga Europa, não correu nada mal ao Braga. A equipa comandada por Carlos Carvalhal esteve quase sempre por cima na partida, resistiu com segurança às sacudidela­s dos visitantes e não deixou escapar uma preciosa vitória, à custa de um golo de Abel Ruiz apontado ainda no primeiro tempo, fabricado por uma ala direita de luxo, constituíd­a por Yan Couto e Iuri Medeiros. Tendo por base o jogo com o Benfica, a inclusão do brasileiro emprestado pelo Manchester City foi a grande novidade no onze dos bracarense­s, por troca com Paulo Oliveira, e nem se deu pela falta do central na retaguarda porque Fabiano é um curioso anfíbio de rendimento sempre elevado, tanto no corredor como no eixo da defesa. Deu para vingar uma das duas derrotas impostas pelo Rangers há dois anos e os adeptosbra­carenses,quetambém travaram um interessan­te duelo sonoro com os cerca de seis mil escoceses que marcaram presença na Pedreira, bem podem acreditar que este Braga tem capacidade para festejar na segunda mão da eliminatór­ia, marcada para o Estádio Ibrox.

O respeitinh­o é bonito e o Rangers, sugestiona­do ou não pelo recente desaire do Benfica no mesmo palco, até manifestou esse sentimento bem cedo, pela forma como se apresentou em campo, em 3x5x2, com o meio-campo recheado de unidades na esperança de igualar as forças dos bracarense­s. Em regra, o gigante de Glasgow espraia-se em 4x2x3x1 e Giovanni van Bronckhors­t não resolveu meter esse modelo no bolso somente porque deixou de poder contar, por lesão, com o mortífero Morelos. Por ali, há mais opções para a posição de ponta-de-lança e percebeu-se isso já numa fase adiantada do jogo, quando o treinador fez saltar Roofe do banco de suplentes para regressar ao formato habitual, na esperança de pelo menos repor a igualdade no marcador. Era o tudo ou nada do Rangers, mas de pouco valeu porque o Braga foi consistent­e do princípio ao fim e soube fechar-se quando já parecia quebrar fisicament­e, não se ressentind­o sequer da saída forçada de Al Musrati, a acusar precisamen­te desgaste.

Foi um Braga cheio de fôlego e, nem quando o Rangers soltou as “motas” Sakala e Kent, ambos bastante velozes e sempre de olho na baliza à guarda de Matheus, perdeu o sentido de orientação. Pode mesmo dizer-se que a humilhação do Rangers poderia ter assumido proporções maiores, isto se, já depois de Ricardo Horta ter acertado na base do poste, o videoárbit­ro não tivesse visto uma falta no lance que resultaria num golo (anulado) aAndré Horta, ainda em cima da primeira meia hora do jogo.

O primeiro tempo foi meio caminhoand­adoparauma­preciosa vitória e, no plano de Carvalhal, só terá faltado o golpe de misericórd­ia de Vitinha, lançado para a ponta final. Ficou a intenção misturada com uma valente pancada de um defesa.

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Rodrigo Gomes deu cabo da noite a Tavernier
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