Rui Pinto vai mesmo falar no julgamento
Advogado do arguido confirmou a vontade deste em prestar declarações, o que ficou agendado para 13 de maio, uma sexta-feira.
Defesa fez um balanço do julgamento até ao momento, afirmando que “houve provas favoráveis ao arguido”, mas também outras que, em sentido contrário, lhe foram desfavoráveis.
O advogado Francisco Teixeira da Mota confirmou ontem que o seu cliente Rui Pinto decidiu voltar a falar no julgamento em que é arguido juntamente com Aníbal Pinto, seu advogado na altura, que está também acusado de ter participado numa eventual tentativa de extorsão à empresa Doyen. Acusado de ter praticado um total de 90 crimes, Rui Pinto (um dos rostos dos Football Leaks) ficou ontem a saber que começa a depor no dia 13 de maio (sexta-feira), na primeira de quatro sessões reservadas para o seu depoimento e para as alegações finais. “Ele vai prestar as suas declarações”, confirmou Teixeira da Mota, quando confrontado pela juíza Margarida Alves.
Esta ainda tentou que o arguido começasse já ontem a depor, mas o advogado explicou que só na última segunda-feira Rui Pinto começou “a analisar a informação sobre as provas digitais que foi autorizado a consultar”, nomeadamente a informação incluída no RP3, um dos 12 discos rígidos que lhe foram apreendidos, num total de 23 terabytes de dados.
“Houve prova produzida num sentido que lhe é favorável, mas houve outra que lhe é desfavorável”, comentou Teixeira da Mota após uma sessão que ficou marcada pela tentativa de contacto de um funcionário judicial a Arif Efendi, um dos quatro irmãos que são proprietários da Doyen. Este não atendeu, o que levou a juíza a depreender que, “claramente, estas pessoas não querem prestar declarações”, referindo-se também a Salih Berberoglu, igualmente ligado à Doyen e, tal como Arif, testemunha arrolada pelo advogado de Rui Pinto.
A próxima sessão do julgamento, no dia 22 deste mês, está reservada à acareação das testemunhas Aida Freitas e Hugo Monteiro, inspetores da Polícia Judiciária.