O Jogo

Amorim “Momento duro mas temos a Taça”

FRUSTRAÇÃO Deu como perdida a luta pelo título, num dérbi em que faltou “inspiração”, e apontou a outra meta

- MÓNICA SANTOS

Era preciso ganhar os jogos todos para manter o sonho de voltar a ser campeão e o dérbi deitou por terra essa ambição. “Custa muito”, assumiu o técnico, que viu a equipa esbarrar na estratégia do Benfica

Rúben Amorim não precisou de muitas palavras para resumir o que não correu bem ao Sporting, batido em casa pelo Benfica. “Praticamen­te tudo”, resumiu. “Foi um jogo desinspira­do”, em que o Benfica “jogou muito baixo, à espera do erro”, e teve até um “golo oferecido”. “Faltou-nos inspiração em todos os momentos, no último passe, nos cruzamento­s, nas bolas paradas, e quando não há inspiração, torna-se difícil”. Houve “transpiraç­ão”, ressalvou, “os jogadores tentaram ao máximo” chegar à vitória que as contas para alimentar a hipótese de chegar ao primeiro lugar impunham – era preciso vencer todos os jogos, até ao fim, assumira –, e essa foi a grande derrota da noite, da época. “É um momento duro, mas ainda temos a Taça de Portugal e temos de lutar também pelo segundo lugar, porque não está fechado”, declarou Rúben Amorim, triste como raramente se viu o treinador que emprestou ao jogo uma postura mais leve, ontem útil apenas paras e assumir abalado.

“A verdade é que perdemos um dérbi e, mais do que perder com o Benfica, custa é não poder lutar pelo campeonato. Não sei lidar de outra forma, não interessa esconder. Devíamos estar a lutar pelo campeonato. E custa, mas amanhã já estou de volta, temos a Taça para preparar. Agora, este baque tem de custar, porque gostamos de lutar pelo título. Só estive um ano aqui, completo, e fomos campeões, portanto, eu gostava de ser campeão outra vez”, admitiu.

Esse golpe foi mais duro do que tudo o resto, explicou, quando lhe perguntara­m se tinha levado um banho tático de Nélson Veríssimo. Rúben Amorim acomodou o golpe da formulação da pergunta: “O que eu sinto por não poder lutar já pelo título... escrevam o que quiserem. É-me completame­nte indiferent­e. Foi mais feliz, foi mais competente do que eu.” As substituiç­ões não resultaram, assumiu. “Modificámo­s muito a estrutura da equipa, e talvez por aí os jogadores sofram um pouco, mas a responsabi­lidade não é deles”, referiu, e recusou a mesma lógica quando questionad­o sobre a melhor estratégia, porque, argumentou, nesse capítulo “o resultado dita tudo”. “A estratégia que vence é sempre a melhor. Há que pensar agora na quinta-feira e que o treinador do Sporting tenha uma melhor estratégia para vencer o jogo, que vai ser muito difícil. Temos de marcar dois golos no Dragão e é isso que vamos tentar fazer”. A perder na meia-final da Taça, o Sporting “precisa ser melhor nos momentos-chave do jogo, nas transições defensivas e, claro, esperar um momento mais inspirado”.

“Faltou-nos inspiração em todos os momentos e assim fica difícil”

“Mais do que perder com o Benfica, custa é não poder lutar pelo campeonato”

“Em relação ao banho tático, escrevam o que quiserem, é-me completame­nte indiferent­e”

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Ugarte e Paulo Bernardo foram ambos lançados no decorrer da segunda parte

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