O Jogo

FICHAS SAÍRAM NO ENCARNADO E COM TOM AZUL

Técnicos apostavam no respetivo triunfo, mas foi o Benfica a sair por cima. Salva match-point do segundo lugar e ajuda o FC Porto, ainda mais perto do título

- Textos MARCO GONÇALVES

Em vantagem desde cedo, águias souberam defender com linhas baixas, e até com cinco atrás. Dominador mas curto na imaginação, o leão ficou muitas vezes amarrado. Darwin voltou a brilhar.

A festa em Alvalade foi encarnada, mas, em pleno sofá e parte interessad­a no dérbi, o FC Porto teve também fortes motivos para sorrir. Com o 2-0 no terreno do rival, em mais uma noite de brilho de Darwin, o Benfica salvou o seu matchpoint na luta pelo segundo lugar e complicou bastante a vida do rival leonino, que vê a ambição de chegar ao segundo título consecutiv­o muito complicada – a taça de vencedor da Liga Bwin é cada vez mais azul. Antes do jogo, os dois treinadore­s arriscaram-se a apostar na vitória das respetivas equipas, mas as fichas saíram para o lado encarnado. As odds eram favoráveis aos leões, por cima na Liga e já com dupla vitória sobreoriva­lem2021/22(nocampeona­to e na Taça da Liga), mas o clube da Luz conseguiu, ao fim de quatro clássicos com Sporting e FC Porto, vencer finalmente, ficando agora a seis pontos do rival da Segunda Circular. Mas ainda em posição complicada para chegar à vaga de acesso direto aos milhões da Champions.

Nélson Veríssimo apontara a vontade de transporta­r para Alvalade o trabalho realizado em Liverpool e se a ideia esteve lá acabou por ser ainda mais um Benfica ao estilo de Amesterdão. Se ante o Ajax as águias marcaram já tarde, ontem abriram o marcador bem cedo e a partir daí condiciona­ram claramente o futebol dos verdes e brancos. Mas a filosofia de recuar no terreno sem problemas, jogar com um bloco baixo e de linhas muito juntas e entregando a posse ao adversário foi a mesma aplicada nos Países Baixos. E com resultados, pois o Sporting acabou por não conseguir evidenciar imaginação e inspiração para quebrar a estrutura defensiva, que se viu reforçada frequentem­ente para uma linha de cinco, sobretudo face às descidas de Diogo Gonçalves. Nas poucas vezes em que o fez, pecou na finalizaçã­o. Do outro lado, a ideia era clara: apostar nas transições rápidas, sobretudo pela referência Darwin, capaz muitas vezes de complicar a vida aos defesas leoninos. O aviso esteve sempre ligado e além do 1-0 o internacio­nal uruguaio ainda acelerou pela esquerda já nos descontos para assistir Gil Dias para o segundo das águias.

Motivado pelo empate fora com o Liverpool, para a Champions, apesar do afastament­o, o Benfica (sem Rafa e com o mesmo onze de Anfield) entrou bem em Alvalade, procurando explorar zonas interiores. Mas o golo aos 14’ deixou as águias confortáve­is ante um leão a jogar “pela vida”, como admitira Rúben Amorim. O Sporting – com três mexidas em relação a Tondela, face às entradas de Nuno Santos, Palhinha e Paulinho – não se ficou e em desvantage­m chegou-se à frente. Pegou na bola e circulou-a perto da área encarnada, mas sem sucesso. O miolo estava bloqueado – Matheus Nunes apareceu no reatamento – e o trio da frente tinha pouco espaço. E só mesmo Sarabia ainda era capaz de fazer mossa.

O segundo tempo intensific­ou a tendência da partida. O Benfica ameaçou logo aos 48’ por Everton e viu o rival acertar no ferro aos 49’. A partir daí limitou-se durante largos minutos a bloquear o jogo leonino. Rúben Amorim foi arriscando, mas sobretudo com mudanças de peças, sem abdicar do esquema. Os cruzamento­s foram muitos, mas sem o destino certo e mesmo as entradas na área não resultaram. Os espaços lá atrás iam aumentando e o Benfica, sempre confortáve­l com a obrigação de defender, aparecia com mais perigo. Até fechar a partida nos descontos.

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Gil Dias guarda a bola perante Daniel Bragança
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