O Jogo

Mudanças nos aflitos criam mais aflições

Tondela, Moreirense e Belenenses trocaram de treinadore­s, mas nenhum melhorou o lugar herdado do antecessor. Alguns até pioraram...

- MELO ROSA

Só nove clubes da Liga Bwin não mudaram de treinador esta época, mas, curiosamen­te, na cauda da tabela, os dois últimos que se salvaram (Vizela e Arouca) resistiram à tentação e ganharam a aposta.

Nove dos 18 clubes da Liga Bwin trocaram de treinadore­s ao longo da época - e alguns até mais do que uma vez - pelo que se torna quase impossível tirar grandes conclusões sobre os efeitos práticos das chicotadas. Mesmo assim, seis dos oito primeiros classifica­dos estão entre os que não o fizeram, o que talvez incline o prato da balança para o lado da estabilida­de. Entre os outros três que resistiram estão os dois últimos a carimbara permanênci­a( Vizela e Arouca ), e neste contexto de aflições já é possível escarafunc­har um pouco mais os efeitos das trocas: se estão onde estão na tabela, a conclusão parece simples...

Vamos por partes. A depender apenas de si próprio para garantir um lugar no play-off da permanênci­a, o Tondela recebe o Boavista e, para o conseguir, terá de vencer pela segunda vez sob a orientação de Nuno Campos, técnico que, à 27.ª jornada, sucedeu a Pako Ayestarán. Com 26 pontos, menos um do que os beirões, o Moreirense terá de vencer o Vizela em casa e esperar por um deslize da equipa do distrito de Viseu. Sá Pinto, o terceiro treinador esta época à frente dos cónegos, depois de João Henriques e Lito Vidigal, procura o quinto triunfo no campeonato para manter a esperança de continuar no escalão principal. Comp li cadaéa tarefado Belenenses, que terá de esperar que os adversário­s diretos não ganhem e necessita, obviamente, de vencer em Arouca.

Nestas três equipas que lutam desesperad­amente pela sobrevivên­cia, os efeitos práticos das chicotadas não foram, claro, significat­ivos. Ironicamen­te, Moreirense e Belenenses vão defrontar adversário­s que mantiveram os treinadore­s e que se salvaram na penúltima jornada. O Arouca, que subiu na época passada no play-off, resistiu à tentação de despedir Armando Evangelist­a, que acabou por concretiza­r o grande objetivo da temporada. E o Vizela deu a estabilida­de necessária a Álvaro Pacheco para voltar a fazer história.

Com sete jogos no campeo- nato à frente do Tondela, Nuno Campos somou seis pontos, ou seja, uma média de 0,86, ainda assim, superior à de Pako Ayestarán, que, em 26 jogos, fez 21 pontos, o que dá 0,81 por jogo.

Os dois primeiros treinadore­s do Moreirense obtiveram uma média igual (0,75), mas João Henriques esteve 12 jo- gos à frente da equipa - 21 pontos – e Lito Vidigal apenas quatro, somando três pontos. Sá Pinto, o atual treinador, tem uma média de pontos por jogo superior à dos seus antecessor­es, 0,82 , resultado de 14 pontos em 17 jogos. O lugar na tabela é que não melho- rou. Aliás, não aconteceu em nenhum dos três.

A média de Franclim Car- valho é também 0,82 pon- tos. O treinador belenense somou 14 pontos nas 17 partidas em que orientou a equipa e apresenta até um registo ligeiramen­te infe- rior ao de Filipe Cândido (0,88) que fez sete pontos em oito jogos. Já Petit, o primeiro técnico da época, não ganhou qualquer jogo nos oito em que esteve no clube, empatou quatro e perdeu outros quatro. Média: 0,50.

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O Tondela é o único clube que não depende de terceiros para chegar ao play-off

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