ALMEIDA SEGURO EM DIA DE ELIMINAÇÃO
A longa subida ao Etna cumpriu quase todas as tradições: Lennard Kamna venceu em fuga, a camisola rosa mudou e os favoritos chegaram num grande grupo. Para João Almeida foram boas notícias.
Juan Pedro López é o primeiro espanhol a liderar a Volta a Itália desde Alberto Contador, mas tendo 24 anos é o mais novodesempreavestirderosa. O corredor da Trek-Segafredo beneficiou da fuga de 14 corredores que marcou a quarta etapa, tal como o alemão Lennard Kamna,quefoiprimeironoEtna e deu à Bora-hansgrohe o 12.º triunfo da temporada. Os favoritos chegaram juntos, 2m37s depois, mas já sem vários dos que se anunciavam como candidatos ao triunfo final. Os 22 quilómetros de subida do vulcão passaram a primeira fatura.
João Almeida, que era dos mais observados, por em 2020 ter vestido de rosa nesta mesma etapa – mantendo-a depois 15 dias, recorde para um ciclista jovem –, fez a corrida discreta que se previa, pois a sua forma aponta para a última semana, obrigando a cautelas nos dias iniciais. O português, bem colocado quando os 172 quilómetros se aproximaram da subida final, foi sempre na roda dos IneosGrenadiers e subiu a oitavo na geral.
A equipa britânica, fazendo o seu já famoso trabalho de desgaste em etapas de montanha, a favor de Richard Carapaz e Richie Porte – agora nono e 11.º da geral –, descolou Mathieu van der Poel, que vestia de rosa, logo no início da subida, para a 8,5 km do alto eliminar Tom Dumoulin, vencedor do Giro em 2017 e ontem a terminar 9m10s depois. “O corpo não reage como quero”, desabafou o líder da Jumbo-Visma, que também viu fraquejar Tobias Foss e Sam Oomen, sendo das 11 formações que ficaram sem opções para a geral. Além deles, ficaram para trás Vincenzo Nibali, Guillaume Martin e Bauke Mollema, enquanto Miguel Ángel López, lesionado na coxa esquerda, desistiu logo de início.
O grupo dos favoritos, que só não alcançou seis dos fugitivos, chegou com 17 homens e serão esses os que restam para discutir a geral. López apenas vai querer aproveitar os dias de rosa – “Vou desfrutar de todos os momentos com esta camisola”, disse – e Kamna passou a ser o melhor de uma Bora-hansgrohe que foi a vencedora do dia, ao manter quatro homens bem colocados. “Está tudo a ir na direção certa. Temos uma vitória no saco e isso reduz a pressão sobre a equipa”, comentou o alemão de 25 anos, que já tinha ganho uma etapa na Volta a França de 2020 e outra no Tour dos Alpes deste ano, sempre em fugas bem sucedidas. Segundo na geral, Kamna mantém Wilco Kelderman e Jai Hindley como líderes.