“Estar no Benfica é estar perto do êxito”
Eugénio Rodrigues, treinador que levou as encarnadas a todos os títulos que têm no historial, demonstrou atitude de anti-herói
As conquistas falam por Eugénio Rodrigues, mas o técnico das águias revelou serenidade e sentido coletivo, dividindo os louros por todos os setores que compõem o basquetebol feminino do Benfica.
Natural de Coimbra, cresceu no Porto, para onde se mudou com cinco anos, formando-se em Direito e começando a jogar basquetebol no Coimbrões (Vila Nova de Gaia). No domingo, Eugénio Rodrigues levou o Benfica ao bicampeonatonacionalfeminino, sendo o homem que comandou as encarnadas a todos os troféus que têm no Museu Cosme Damião: Taça de Portugal e Campeonato Nacional (2020/21); Supertaça, Taça de Portugal, Taça da Federação e o Campeonato Nacional, esta temporada. “Não me cabe falar de mim, mas isto é uma questão de postura, seja nos momentos menos bons, seja nos de sucesso, mas admito ter uma quota-parte de responsabilidade, como toda a gente tem. Isto é resultado do trabalho de muitas pessoas”, disse o treinador de 52 anos a O JOGO.
“A ideia era, num espaço de tempo razoável, de dois a três anos, chegar ao topo, levar a equipa aos momentos altos, otimizá-la, criar maior profissionalismo. As coisas correram bem, fizemos belíssimas escolhas, atletas nacionais que eu conhecia, e estrangeiras que, não conhecendo tão bem, vieram após um excelente trabalho de scouting. Dei o meu cunho pessoal, o meu aporte de profissionalismo e conseguimos também fazer uma boa articulação entre os vários setores, fisiologia, fisioterapia, nutrição, psicologia, logística e condições de infraestruturas”, continuou Eugénio Rodrigues, justificando: “Apesar de termos dois pavilhões, somos dez equipas, nos dois sexos, todas nos escalões maiores. Equipas de andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol. A planificação do nosso trabalho com o uso das instalações foi, também, muito importante”.
Eugénio, que
trabalhou
Eugénio Rodrigues fora do país cinco épocas – em 2013/14 e 2014/15, no Vaerlose BBK, na Dinamarca e, entre 2015/16 e 2017/18, nos romenos do Phoenix Galati – admitiu que o Benfica é um clube de “condições ímpares”. Não falta nada. Claro que nada é perfeito e temos sempre de querer mais e melhor, mas, não querendo ser indelicado com outros clubes, eu diria que estar no Benfica é também estar mais perto do êxito”, reconheceu este advogado, que faz “assessoria jurídica enquanto freelancer”.