Verba para Paris’2024 superior à de Tóquio
JOGOS OLÍMPICOS Governo garante aumento mínimo de 15% no contrato de preparação dos portugueses, que superará os 20M€
Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares afirmou-se favorável ao aumento dos apoios para a preparação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, mas ficará longe dos 29 milhões pedidos pelo COP.
As verbas para os contratos-programa de preparação olímpica e paralímpica para os Jogos Paris’2024 vão aumentar no mínimo 15%, em relação aos Jogos Tóquio’2020 – o que significará uma verba acima dos 20,5 milhões de euros –, afirmou a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. “No ciclo anterior, o aumento dos apoios [em relação ao Rio’2016] foi de 15%, o que lhe posso garantir é que neste ciclo o aumento não será inferior a esse valor. Os nossos atletas precisam de apoios e estamos comprometidos a reforçá-los”, disse Ana Catarina Mendes, na audição no Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado (OE), quando questionada pela deputada Inês Sousa Real, do PAN. A governante garantiu que ainda este ano serão assinados os contratos-programa para o ciclo 2023-2025, com os comités olímpico e paralímpico, tendo em vista os Jogos Paris’2024, que se disputam três anos depois dos de Tóquio, adiados pela pandemia.
Ana Catarina Mendes revelou que a “proposta apresentada pelo Comité Olímpico de Portugal é de 29 milhões de euros”, um aumento substancial em relação aos 18,5 milhões investidos para Tóquio’2020. O COP tem a seu favor os resultados excecionais da Olimpíada anterior, pois o contrato-programa previa duas medalhas e 12 diplomas (classificações entre os oito primeiros) e os atletas portugueses regressaram do Japão com quatro medalhas e 15 diplomas, os melhores resultados da história olímpica nacional.
O presidente do COP, José Manuel Constantino, mostrara-se na véspera “muito preocupado” com os atrasos e valores insuficientes do financiamento à preparação para os Jogos Olímpicos Paris’2024, decorrentes das eleições antecipadas e do consequente adiar do OE. As verbas do programa anterior esgotam-se até ao final deste ano e José Manuel Constantino, que está em Paris com uma delegação do COP, para encontrar a melhor solução para a Casa de Portugal durante os Jogos da capital francesa, entende que “estes atrasos do processo não ajudam”, pelo que espera pela clarificação do OE em sede de especialidade. “Temos de fazer o que está ao nosso alcance para rapidamente recuperarmos e percebermos o trajeto para Paris’2024, que será determinado pelos meios que o Governo entender disponibilizar ao COP, das federações, dos atletas e treinadores para as suas prestações desportivas”, afirmou.
Os contratos-programa olímpicos têm vindo a receber aumentos entre os 10 e 15% a cada ciclo, pois apenas o Paralímpico teve um incremento de 82% na anterior Olimpíada, subindo para 6,9 milhões de euros. Em relação ao COP, Tóquio teve um aumento de 16 para 18,5 milhões em relação ao Rio’2016 e em Londres’2012 o investimento público fora de 14,6 milhões. São valores na cauda da Europa, embora condizentes com as escassas medalhas que Portugal obtinha... até Tóquio’2020.
“No ciclo anterior o aumento foi de 15% e este não será inferior”
Ana Catarina Mendes Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares