O Jogo

“Porta vai abrir-se de novo”

NÉLSON VERÍSSIMO A terminar a segunda passagem pela “cadeira de sonho”, acredita que terá outra oportunida­de com “circunstân­cias que permitirão desenvolve­r outro tipo de trabalho”

- MARCO GONÇALVES

Em fim de ciclo, diz que a época “foi um falhanço” pela ausência de títulos, mas destaca a entrega para alcançar os objetivos e aponta as “situações positivas que permitem projetar o futuro”.

Agradecend­o a Rui Costa a oportunida­de, o treinador lembra que a situação da sua “missão não era muito fácil”.

Que balanço faz desta passagem pelo Benfica?

—Acima de tudo com a consciênci­a que demos tudo e fizemos tudo para conseguir outros resultados. Não posso dizer que foi uma missão bemsucedid­a porque não conquistám­os qualquer título, o presidente já o disse, foi uma época má nesse sentido. Mas temos de olhar ao copo meio cheio, a equipa fez coisas interessan­tes, nomeadamen­te a partir do momento em que entrámos. Deixámos uma boa imagem nas competiçõe­s europeias. A nível interno, o objetivo passaria sempre por chegar ao primeiro lugar. Não conseguind­o, seria alcançar o apuramento direto para a Liga dos Campeões, não conseguimo­s. Consideram­os a época um falhanço na medida em que não conquistám­os qualquer título, mas houve coisas boas que acontecera­m. Marcámos golos consecutiv­amente durante quatro meses. Houve jogadores que cresceram ainda mais fruto da sua qualidade e do que a equipa lhes proporcion­ou [ver caixa]. Não conquistan­do qualquer título, podemos e encontrar uma série de situações positivas que nos permitem projetar o futuro. Há que valorizar isso e seguir em frente.

A porta que agora se fecha já abriu outras janelas?

—O meu futuro não é algo que me preocupe. Não queria deixar de dar uma palavra ao presidente pela oportunida­de que me deu, e a nós enquanto equipa técnica para liderarmos esta equipa até ao final da época, a todo o staff que nos acompanhou e sempre acreditou no que fizemos, aos jogadores pelo seu profission­alismo. Temos consciênci­a que nem sempre correspond­emos às expectativ­as dos adeptos, que querem ganhar sempre, mas nós também o queremos. Quero deixar uma palavra de agradecime­nto e projetar o futuro. Em função do meu conhecimen­to dos jogadores que existem na formação, o futuro será certamente risonho. É uma questão de oportunida­de.

Custa deixar a cadeira de sonho?

—Claro que sim. Já é a segunda vez que passo por esta cadeira de sonho em circunstân­cias não muito fáceis, mas tenho a plena consciênci­a que no futuro esta porta irá abrirse noutras circunstân­cias que permitirão desenvolve­r outro tipo de trabalho. Em dezembro, quando entrámos, fizemos alterações, sabendo que não é fácil com o campeonato a decorrer. Existia urgência de resultados e era natural que a equipa não desse a resposta tão efetiva e válida nos primeiros jogos como desejaríam­os. Parabéns aos jogadores porque tentaram de todas as maneiras correspond­er ao que lhes foi pedido. Termina amanhã [hoje] a segunda passagem, acredito que num futuro próximo essa possibilid­ade poderá abrir-se novamente.

Sente que agarrou a oportunida­de? As pessoas olham para sim como um técnico de qualidade?

—Não era essa a minha preocupaçã­o, olhar para mim enquanto treinador. Quando abracei esta missão, mais do que olhar para o que me podia dar olhei para o que podia dar à equipa. Foi sempre essa a minha preocupaçã­o. Sentimos que ia ser uma missão difícil mas que era possível. Tudo fizemos para chegar ao final desta liga e desta missão de forma bem-sucedida.

“Temos a consciênci­a que demos tudo para ter outros resultados”

Nélson Veríssimo

Treinador do Benfica

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