O Jogo

Foguetes estão guardados mas não falta confiança

Adeptos vila-condenses estão confiantes na subida e, apesar de o empate ser suficiente, todos fizeram questão de afirmar que querem uma vitória sobre o Chaves no próximo domingo

- ANDRÉ VELOSO GOMES

O JOGO percorreu as ruas de Vila do Conde para sentir o pulsar dos rioavistas. Ninguém esconde a ansiedade antes do encontro com os transmonta­nos. Os bilhetes já esgotaram nos Arcos. bbbAnsieda­de,emoçãoecon­fiança. Os corações dos adeptos rioavistas estão apertados a dois dias do grande jogo frente ao Chaves, todos à espera de soltar o grito de vitória preso há um ano, desde a inesperada descida de divisão que quebrou 13 épocas seguidas na I Liga. Pelas ruas de Vila do Conde todos falam do grande encontro de domingo e ninguém admite outro cenário: “É para ganhar”.

O Rio Ave apenas precisa de um empate para assegurar a subida e o título de campeão da Liga SABSEG, mas Rui Azevedo, sócio do clube, avisa que os adeptos “querem uma vitória”. “O Rio Ave ganha fácil este jogo. Embora tenhamos perdido em Chaves na primeira volta, estamos motivados e vamosacaba­remgrande”,projetou, lembrando que o Rio Ave “é o grande clube da II Liga desde o início da época, até por ter o orçamento mais elevado, o que quase obriga a subir”. “Depois de chegar ao primeiro lugar e a faltar um jogo, o Rio Avetemmais­doqueobrig­ação de subir”, completou Rui Azevedo, prometendo “uma grande festa que já está organizada” com o grupo de amigos.

Na porta do estádio à procura de bilhetes, que esgotaram e valem agora ouro para os vilaconden­ses, Miguel Guedes lembra que “os jogos do Rio Ave têm sido muitas vezes impróprios para cardíacos”, prevendo que o duelo com os flavienses “será complicado porque o Chaves também quer ganhar”. O Rio Ave, acredita, “vai entrar forte, mas não vai ser fácil, apesar de termos a vantagem de podermos jogar com dois resultados. Quando se joga para o empate, normalment­e temos dissabores e, por isso, o Rio Ave só tem que pensar na vitória”, avisou este adepto, revelando que está “preparada uma grande festa”. “Não sei onde será, mas para onde for um vão todos. A festa é garantida e, nem que seja no play-off, acredito que vamos conseguir”, prosseguiu Miguel Guedes, distribuin­do méritos pelo sucesso da caravela a “um grupo coeso, um treinador que teve um papel importante e um presidente que conseguiu manter o núcleo e apostar tudo numa época que é decisiva”. “Se não conseguirm­os a subida, o futuro será difícil, mas vai correr tudo bem”, disse, ouvindo o amigo João Figueira deixar a tática para bater o Chaves: “O Rio Ave não pode sofrer primeiro, se é que vão existir golos no jogo. Somos favoritos, mas tudo depende do rumodojogo,eesperemos­que o Casa Pia não seja bem sucedido em Matosinhos”. Sócio há 26 anos e tendo recebido “orgulhosam­ente” o emblema de prata o ano passado, João Figueira tem “o coração a bater forte rumo à primeira”, mas está “triste” por não ter conseguido bilhete. “Vou ver o jogo na televisão e apoiar na mesma a equipa. A festa? Só no fim é que se deitam os foguetes. É melhor não antecipar”, acautelou.

Joaquim Lapa, “adepto doente”, ainda não falhou nenhum jogo do Rio Ave esta época, o resultado de “uma paixão que vem desde pequeno”, quando começou a ir ao futebol com a avó. Com 30 anos, este rioavista passou a maior parte da vida adulta a ver o clube ao mais alto nível e, por isso, a descida “foi uma desilusão muito grande”. “Foi a pior sensação que tive no futebol. Mas estamos aqui para recuperar a nossa posição”, assumiu, lembrando que o jogo com o terceiro classifica­do “não vai ser fácil”. “Uma derrota pode levar-nos outra vez para o inferno. Não gosto de festas antecipada­s e apesar de o empate chegar, temos de jogar para ganhar e tornar o estádio um verdadeiro inferno para apoiar os jogadores”, concluiu Joaquim Lapa, mostrando-se cauteloso até para falar na “festa de arromba” que está preparada pelo “Grupo39 – Ultras Rio Ave”, do qual é um dos grandes impulsiona­dores nos estádios.

“Depois de chegar ao primeiro lugar e a faltar um jogo, o Rio Ave tem mais do que obrigação de subir”

Rui Azevedo

Adepto do Rio Ave “Temos de jogar para ganhar e tornar o estádio um verdadeiro inferno para apoiar os jogadores”

Joaquim Lapa

Adepto do Rio Ave

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