“Campeões com sete da formação”
Numa altura em que tanto se fala na aposta nos jogadores formados nos clubes portugueses, Petit lembra que essa já era uma prática do Boavista que foi campeão, em 2001
A tão falada mística do Boavista tem feito falta?
Hoje em dia, todos falam da formação e o Boavista sempre criou jogadores à imagem deste clube. O Boavista andava sempre a lutar por títulos e estava sempre presente nas fases finais. Não era fácil chegar à formação do Boavista. Lembro-me que o senhor Marques foi ao meu bairro contratar-me a mim e ao Mário Silva por 15 bolas e 15 chuteiras. Na minha geração, era eu, Mário Silva, Ricardo Silva, Nuno Gomes, Tavares, Delfim, Moreira e tantos outros jogadores. Depois, veio outra geração, com Raul Meireles e Bosingwa. O Boavista sempre teve jogadores que saltaram dos juniores para a equipa principal e outros que andaram a rodar para depois darem o salto. No ano em que fomos campeões tínhamos sete jogadores da formação no plantel,equatrooucincoeram titulares. Isso foi sempre a mística deste clube e temos de ir buscar um pouco do passado. Nesse sentido, o presidenteVítor Murta está a trabalhar para dar melhores condições aos jogadores e aos treinadores para que, dentro de quatro ou cinco anos,estesjogadoresdaformação possam afirmar-se no plantel principal. Já temos alguns que vieram da formação, como o Pedro Malheiro, que acabou muito bem a época, o Fran, o Luís Santos e o João Gonçalves. Tem de haver sintonia entre os seniores e todos os escalões de formação.
Alguns destes jogadores da equipa de Juniores A que foi campeã da II Divisão podem ter espaço no plantel principal?
Esta época tentámos trazer todos os dias três ou quatro jogadores da formação, concretamente o Tiago Morais, o Pedro, o Berna, o Martim Costa, o Joel e o Dabo. Ainda na última jornada, a equipa principal chegou de Tondela e foi ver o jogo dos juniores. Aproveito até para dar os parabéns ao trabalho fantástico que foi feito pelo Ricardo Paiva e todo o staff para o regresso da equipa da juniores ao campeonato nacional. Eles já tinham subido de divisão, mas era fundamental ganhar o título e saber o que é jogar no Estádio do Bessa, e com adeptos.