O Jogo

Antigos campeões lembram a carreira

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“A vida é para viver ao máximo. As pessoas perguntam-me se estou reformado e eu questiono, ‘reformado de quê?’ Primeiro é preciso trabalhar. De certa forma, não trabalhei na vida. A vida desenrola-se à minha frente, é o que sinto. Enquanto tiver saúde, vamos a isso”, disse ontem Ari Vatanen, na Exponor, em Matosinhos, onde estiveram muitos dos antigos campeões do mundo, todos com passagens marcantes por Portugal, como Walter Röhrl, Miki Biasion, Ari Vatanen, Petter Solberg, Carlos Sainz e Marcus Gronholm, a quem se juntaramSé­bastienLoe­b,Sébastien Ogier e Ott Tanak. Vatanen, também quatro vezes vencedor do Paris-Dakar, e que foi eurodeputa­do entre 1999 e 2004, referiu-se ainda ao líder do Mundial, o jovem compatriot­a Kalle Rovanpera. “As pessoas [na Finlândia] estão satisfeita­s, estamos habituados a ter campeões, mas dois Sébastians roubaram-nos os títulos durante quase duas décadas. Loeb e Ogier são dois amigos, tenho muito respeito por eles, mas...”, referiu. Rovanpera, filho de outro ex-piloto, Harri Rovanpera, “pode ser campeão este ano, ou daqui a alguns anos”, num desporto que, como a vida, “é imprevisív­el”, destacou Vatanen.

Também presente, a francesa Michèle Mouton recordou a sua vitória no Rali de Portugal de 1982, depois de, no ano anterior, ter surpreendi­do em Sanremo, tornando-se na primeira mulher a vencer no WRC. “Disse sempre que quando se vence uma vez há mais confiança. Mas aqui, em Portugal, não esperava ganhar. Venci e do que me lembro melhor é de ver mulheres na estrada, isso está na minha memória”, descreveu. Na recordação de Mouton, agora com 70 anos, está um rali “muito especial, com adeptos incríveis”, pelo que “ficará sempre na minha memória”, reforçou. “Não quis ganhar porque era mulher, mas porque era piloto”, ressalvou.

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As maiores lendas dos ralis juntaram-se na Exponor

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