O Jogo

CORRUPÇÃO TENTADA NA LIGA

Decisão instrutóri­a do Cashball aponta tentativa de suborno Funcionári­o dos leões tentou pagar a jogador do Chaves para facilitar frente a Bas Dost

- FREDERICO BÁRTOLO

Caso remonta a 2017, quando Bruno de Carvalho era presidente do Sporting e André Geraldes o diretor desportivo. Três arguidos vão a julgamento: um exfuncioná­rio dos leões e dois empresário­s.

O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu ontem que os empresário­s Paulo Silva e João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues, ex-funcionári­o do Sporting, serão julgados por crimes de corrupção ativa no caso Cashball. Paulo Silva vai responder por três crimes de corrupção ativa, dois na forma agravada, com João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues a respondere­m por um, também na forma agravada. O empresário Paulo Silva terá, a mando de Gonçalo Rodrigues, que trabalhava, na altura dos factos, no gabinete de apoio ao jogador do Sporting, tentado corromper Luís Freire,defesa que militava no Chave seque agora está noGifu, no Japão, de modo a que este facilitass­e na marcação a Bas Dost, mais concretame­nte que lhe “permitisse desenvolve­r livremente as suas jogadas”. Os factos remontam a janeiro de 2017 e o acórdão refere mesmo que estariam envolvidos 25 mil € no ilícito, mas que o jogador recusou prontament­e: o Sporting empatou em Chaves para a Liga 2016/17, com dois golos de Bas Dost (2-2), mas seria eliminado, três dias depois, da Taça de Portugal, sem que o neerlandês tivesse marcado.

João Gonçalves, Gonçalo

O empresário Paulo Silva terá, a mando de Gonçalo Rodrigues, na altura no gabinete de apoio ao jogador, tentado corromper Leandro Freire com 25 mil euros.

Rodrigues e Paulo Silva, escreve o “Expresso”, engendrara­m um plano segundo o qual “interceder­iam junto de jogadores de futebol de outros clubes para que jogassem de modo a favorecer o Sporting nos jogos que com ele disputasse­m, prejudican­do as suas próprias equipas, a troco de quantias em dinheiro”. Os arguidos foram acusados pelo Ministério Público (MP), mas requereram a abertura de instrução, fase à qual compete a um juiz de instrução criminal decidir em que moldes segue o processo para julgamento.

O processo Cashball agitou o panorama desportivo. A decisão instrutóri­a descreve várias ocorrência­s que indiciam tentativas de corrupção de jogadores e árbitros, que agora serão julgadas, sendo que o Sporting, na altura liderado por Bruno de Carvalho, reconheceu as buscas domiciliár­ia e também feitas às instalaçõe­s da SAD. Do processo chegaram a constar outros arguidos, incluindo André Geraldes, então diretor desportivo do Sporting, mas o dirigente, que saiu recentemen­te da presidênci­a da SAD do Estrela da Amadora, foi ilibado dos crimes de corrupção ativa. O Sporting manteve-se disponível durante as buscas e não foi acusado também.

O nome de Bas Dost levou a que a notícia tivesse eco, principalm­ente nos Países Baixos. O “VoetbalInt­ernational” e o “Voetbalpri­meur destacaram a notícia nas manchetes dos seus sites.

Suspeitas: Sporting nunca foi acusado e Geraldes foi ilibado do crime de corrupção

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Luis Freire recusou a abordagem para facilitar na marcação a Bas Dost

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