O Jogo

Venda do Chelsea nas mãos dos governos

Premier Legue aprovou a venda do clube por 4,9 mil milhões de euros, mas como Abramovich está sujeito a sanções, é preciso autorizaçã­o

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Oficialmen­te, está feito, Abramovich vendeu o Chelsea por uma quantia gostosa, mas é preciso que os governos português e britânico deem luz verde. Cravinho diz que não há exceções.

A Liga inglesa de futebol aprovou ontem a venda do Chelsea ao consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly, sendo que esta operação está ainda sujeita a uma licença especial por parte do Governo britânico.

A licença para a venda do clube londrino ao grupo liderado por Boehly é necessária, uma vez que o terceiro colocado na última edição da Premier League atua com limitações, devido às sanções britânicas impostas sobre o ainda proprietár­io russo Roman Abramovich, na sequência da invasão russa à Ucrânia em 24 de fevereiro.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorizaçã­o especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinad­as operações, como receber dinheiro por direitos televisivo­s e vender ingressos para determinad­as partidas, sendo que precisará de uma extensão especial para poder completar a compra de Boehly, copropriet­ário da equipa de basebol dos Los Angeles Dodgers.

Em 7 de maio, os londrinos anunciaram que o grupo liderado por Boehly iria adquirir o Chelsea por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros).

Conforme explicado pela Premier League, através de um comunicado, Boehly e o seu consórcio passaram no teste de proprietár­ios e presidente­s. Assim que o Governo der ‘sinal verde’ e a operação for concluída, o Chelsea poderá operar normalment­e, podendo voltar a abrir a loja do clube, a comprar e a vender jogadores, assim como retomar a venda de ingressos para todas as competiçõe­s domésticas e internacio­nais.

Além deBoehly, estão envolvidos no consórcio a empresadei­n vesti mentosCle ar lake Capital, o milionário americano Mark Walter, também copropriet­ário dos Dodgers, e o magnata suíço Hansjörg Wyss.

Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeir­os português confirmou contactos com o Governo britânico sobre a venda do Chelsea, controlado por Roman Abramovich até às sanções internacio­nais pela invasão da Ucrânia, com João Gomes Cravinho a garantir que são para aplicar.

“Em relação ao Chelsea, naturalmen­te que há aqui um ponto absolutame­nte fundamenta­l: Portugal aplica as sanções que foram decretadas pela União Europeia. Nós fazemo-lo de forma rigorosa, fazem o-los em exceções,eé assim que nós vamos continuar a aplicar as sanções”, afirmou o chefe da diploma-* cia de Portugal, à margem da visita que está a realizar à ilha de Santo Antão, Cabo Verde.

Uma vez que o oligarca Roman Abramovich detém um passaporte português, as autoridade­s portuguesa­s terão também de autorizar o negócio, conforme noticiou a BBC.

“O governo britânico está a estudar possibilid­ades de alienação daquilo que é, neste momento, propriedad­e de uma pessoa que está sob lista de sanções. Obviamente, estamos em diálogo com o governo britânico, estamos em diálogo com a Comissão Europeia, mas seremos intransige­ntes na aplicação das nossas obrigações jurídicas”, afirmou João Gomes Cravinho, sem adiantar para quando uma decisão final.

“Portugal aplica as sanções que foram decididas pela União Europeia”

João Gomes Cravinho

Ministro dos Negócios Estrangeir­os

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Chelsea abre as portas a multimilio­nário americano

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