UMA FAMÍLIA ÀS DIREITAS

Rafael Nadal defronta, nos oitavos de final de Roland Garros, um jogador que é orientado pelo seu tio Toni, mas não se mostra preocupado. Já o treinador nem sequer vai assistir

Toni Nadal era um dedicado treinador maiorquino, que no início da década de 1990 decidiu pegar no sobrinho Rafa e transformá-lo numa lenda. Vão reencontrar-se em Paris, mas em lados diferentes.

Mais uma bonita história, entre as inúmeras em que o ténis é fértil, vai ser vivida amanhã, quando dois dos mais famosos membros do clã Nadal, Toni e Rafael – o outro é Miguel Ángel, antigo central do FC Barcelona – derem a conhecer ao mundo como são geridas as questões de família. Criador do atual recordista de títulos do Grand Slam, Toni, de 61 anos, decidiu deixar de treinar Rafa (que faz 36 anos na próxima semana) a partir de 2018, aceitando, mais tarde, integrar a equipa técnica de Felix Auger-Aliassime, interessado em desenvolver o potencial de um jogador de 21 anos que no início desta temporada se estreou no top-10.

O canadiano será o adversário de Rafael Nadal na quarta ronda em Paris e não haverá conflitos de interesses. “Ainda agora acabei de falar com ele [Toni] e é tudo muito simples: é meu tio e acho que um tio não quer ver um sobrinho perder”, referiu o 13 vezes vencedor de Roland Garros, após o triunfo sobre o esloveno Aljaz Bedene, por 6-3, 6-3 e 6-2.

Toni também abordou o assunto, depois de Felix ter batido o sérvio Filip Krajinovic, por 7-6, 7-6 e 7-5. “Acima de tudo, sou tio do Rafael, estive muitos anos com ele e trabalho [diretor] na academia; mesmo que não o fizesse, é meu sobrinho e não vou di

Rafael Nadal

Toni Nadal

Tal como é hábito no seu “quintal” de Paris, Rafael Nadal fez vibrar a plateia zer, a seja quem for, como é que se lhe pode ganhar”. “Também não me irão ver no camarote do meu jogador”, anunciou.

Em caso de vitória, tudo aponta para mais um “rafanole” nos quartos de final; ou seja, o 59.º encontro entre Rafael Nadal e Novak (Nole) Djokovic. A confirmar-se, seria o décimo entre ambos em Roland Garros; Rafa venceu os seis primeiros e perdeu dois dos três últimos.