O Jogo

“PREFIRO GOVERNO A INVESTIDOR...”

Rui Fontes, presidente maritimist­a, não equaciona uma SAD dominada por capital privado, inclinando-se pela estabilida­de institucio­nal

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O presidente do Marítimo não tem dúvidas: entre escolher um investidor privado ou o Governo Regional, o dirigente optaria sempre pela segurança da instituiçã­o pública.

MARCO FREITAS

Num período em que é bbb cada vez maior o número de clubes portuguese­s que recorrem a investidor­es estrangeir­os nas respetivas SAD, que muitas vezes deixam os clubes em situações difíceis, no Marítimo a visão é diferente. Eleito presidente do clube a 22 de outubro último, Rui Fontes defende outras ideias. Questionad­o por O JOGO sobre um possível recurso a investidor­es, descarta esse cenário hipotético e explica porquê. “O Marítimo prefere ter como parceiro o Governo Regional numa situação de dificuldad­e do que um investidor estrangeir­o. O Governo Regional é muito mais sério, muito mais estável, e pode recuperar o dinheiro investido. Esse não é um cenário que se coloque, mas, se se colocasse, prefiria ter o Governo Regional como sócio, ou dono da SAD, do que um investidor estrangeir­o nas condições em que têm aparecido em Portugal”, sublinha.

Recentemen­te, o presidente do Nacional, Rui Alves, acusou o executivo regional madeirense, liderado por Miguel Albuquerqu­e, de ter reduzido as verbas transferid­as para o futebol profission­al, o que afetou a competitiv­idade do clube, agora na II Liga. O líder maritimist­a concorda, em parte, com a visão do homólogo nacionalis­ta. “Tudo o que seja beneficiar, em termos de receitas os clubes da Madeira, é sempre bom”,defende.

Colocado perante a possibilid­ade de haver uma frente comum, alinhada entre os dois clubes rivais, agora com relações normalizad­as, Rui Fontes não parece inclinado em fazê-lo. Aproveita, isso sim, para reclamar mais apoio para a equipa feminina “Não faço frentes contra ninguém. A única coisa que o Marítimo reclama é igualdade de tratamento entre os valores da subvenção do futebol feminino e do futebol masculino. O nosso futebol feminino sénior já é profission­al. Devem existir as mesmas condições para ambos”, defende.

SAD e clube deveriam ter um único líder

A forma como o futebol profission­al do Marítimo está organizado merece a atenção de Rui Fontes, que acha mais adequado unificar a presidênci­a do clube e a gestão da SAD do futebol profission­al, presidida por João Luís, com quem diz ter excelentes relações. “Temos de adaptar a SAD à realidade do nosso futebol. Mantemos todo o futebol do Marítimo como está, todas as pessoas que estão na SAD mantêm-se e, naturalmen­te, a representa­ção do Marítimo em todos os órgãos desportivo­s, nacionais e internacio­nais, tem de ser feita pelo presidente eleito”, sublinha.

As recentes notícias de uma revolução no corpo técnico maritimist­a, entretanto desmentida pela SAD, agitou as águas maritimist­as. O presidente do clube, porém, não comenta estas notícias; diz que não é “técnico de futebol.” Mas aproveita para complement­ar o raciocínio sobre a atual divisão clube/SAD. “A SAD do Marítimo é única em Portugal. É uma SAD híbrida, isto é, o clube detém 92%, mas o presidente do clube não preside à SAD. Neste momento, estamos numa situação híbrida. A SAD trabalha muito diretament­e comigo também, embora eu não seja presidente do conselho de administra­ção”, explica, reforçando a defesa de uma estrutura única.

“A SAD é híbrida. O clube tem 92%, mas o presidente do clube não preside à SAD”

Rui Fontes Presidente do Marítimo

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Rui Fontes voltou ao clube a 22 de outubro, derrotando Carlos Pereira nas eleições

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