O Jogo

“ESTA É UMA BOA SAD E A MELHOR SOLUÇÃO”

Impacto da queda da Académica no terceiro escalão não abalou a confiança do atual presidente no projeto pelo qual se recandidat­a, com a chave para o equilíbrio das contas

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Cresceu no clube, foi jogador e é presidente desde 2017. A queda na Liga 3 não demove este engenheiro, 42 anos, da certeza de que saberá reequilibr­ar as contas e devolver a alegria à Académica.

MÓNICA SANTOS

Uma SAD concebida à bbb medida da Académica é a proposta de Pedro Roxo para devolverCo­imbraaomap­adofutebol profission­al. Outrora futebolist­a, rosto do clube desde a queda no segundo escalão, com uma quebra de receitas fatal, acredita que há vida para lá da Liga 3. “Conhecimen­to, transparên­cia” e um “projeto estruturad­o” são os principais atributos de quem “nunca virou a cara à luta” e está pronto para mais. Está no pior momento da

Académica e decide continuar. É teimosia?

—Não. Acima de tudo, é um imperativo de consciênci­a. Nasci neste clube e não me podia alhear da situação difícil. Tentei consensos, agregar o maior número de pessoas para que, juntos, possamos reerguer a Académica. E também batalhámos muito para conseguir uma SAD que fosse de encontroàs­contingênc­iaslegais, chamemos assim, de [o investidor] ter de ser sócio minoritári­o, de ter de respeitar todo o legado da Académica e estar de acordo com as ideias da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra. Já foi apresentad­a, passou pelo crivo de uma comissão independen­te. Muito trabalho foi feito e este projeto não pode ser abandonado, porque a Académica tem e terá vida. O futuro será mais risonho e sinto-me com força para ser parte da solução.

A SAD é a única solução?

—A Académica tem um problema estrutural, um passivo de longa data, superior a dez milhões de euros, e tem esta necessidad­e, de há longos anos. Há seis anos, caiu na II Liga, que é deficitári­a para todas as sociedades desportiva­s, e esse fosso ficou ainda maior. A Académica tem, de facto, necessidad­e de um aporte financeiro para se reestrutur­ar e poder viver.

Desta vez, os sócios vão querer a SAD? É o tema central da campanha, mas não está nos estatutos.

—Estamos crentes que sim. Os sócios estão consciente­s das dificuldad­es e esta é uma SAD especial, criada especifica­mente para a Académica. Tem alguns pontos inéditos em SAD em Portugal. Quais são eles? —A obrigação do investidor de ajudar a completar todos os orçamentos, anualmente. Além disso, a transparên­cia do processo: os sócios têm acesso a todos os documentos. Depois, a própria comissão independen­te que, a certa altura, geriu também o processo e pôde aferir o que deveria ser limado, para que a Académica ficasse completame­nte salvaguard­ada.

“Muito trabalho foi feito e este projeto não pode ser abandonado”

Essa transparên­cia não seria essencial num clube que foi tão claro, ao longo do tempo, a rejeitar uma SAD? Nenhum outro discutiu tanto o tema.

“O projeto é claro, passou pelo crivo de muita gente. A partir do momento em que votam em nós, esta SAD está legitimada”

—É verdade, e essa discussão é benéfica para que, hoje, estejamos em condições de garantir que esta é a melhor solução e uma boa SAD para a Académica. Felizmente, temos muita massa crítica.

Pedro Roxo Candidato à presidênci­a da Académica

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