O Jogo

“Nunca tive um treinador como Conceição”

MATHEUS URIBE Médio crê que 2021/22 foi uma das melhores épocas que teve e agradece a evolução à exigência de Sérgio

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Em conversa com O JOGO, o colombiano explicou a forma como se desenvolve­u ao longo de três épocas no FC Porto. Mostrou-se rendido a Vitinha e vincou que já em 2019/20 lhe detetava enorme talento.

ANA LUÍSA MAGALHÃES

É consensual afirmar bbb que Matheus Uribe foi um dos jogadores mais importante­s do FC Porto em 2021/22, mais não seja pela forma como Sérgio Conceição só prescindiu dele por motivos forçados. Nesta entrevista a O JOGO, o médio de 31 anos agradeceu ao treinador pelas “bases táticas” recebidas à boleia de uma exigência que nunca experiment­ara antes de cruzar o Atlântico. Fez dupla com Vitinha e viu nele a confirmaçã­o do que já pressentir­a em 2019/20: “O jogador mais top do FC Porto.”

Com esta regularida­de e consistênc­ia, terá sido uma das melhores épocas da carreira?

—Sim. Todo o trabalho que tem sido feito nestes três anos no clube ajudaram-me a crescer muito como jogador, com esta equipa técnica e com todas as base táticas que me implementa­ram. Este grupo também te faz evoluir muito mais no jogo e isso refletiu-se nos títulos que conseguimo­s. Em três anos, ganhámos duas ligas, duas taças e uma supertaça. É um balanço muito positivo e queremos muito mais. Chegámos aos quartos da Champions em 2021 e queremos continuar com ambição, a crescer a nível individual e coletivo.

Foi no plano tático que se deu a maior mudança no seu jogo?

—Sim. No primeiro ano, quando estava o Danilo, fazia outro trabalho. Era, por assim dizer, o que faz o Vitinha agora. Quando o Danilo foi para o PSG, passei a cobrir essa posição de médio defensivo e eu e o Vitinha entendemo-nos muito bem. Com a equipa técnica, aprendi a posicionar-me muito melhor, a ler mais o jogo taticament­e e essa estabilida­de e equilíbrio foram importante­s para a equipa. A nível pessoal, foi fundamenta­l adquirir essas bases táticas.

Ficou surpreendi­do com Vitinha?

—Não me surpreende­u. Quando cheguei, ele estava na equipa B, treinava connosco e para mim sempre foi um excelente jogador. Sempre disse que para mim era o jogador mais top que havia no FC Porto. Mesmo quando foi para Inglaterra emprestado, sempre o vi como um grande jogador e, nesta época, demonstrou isso. Quando eu cheguei ele

Mercado: “Quero subir um nível, mas estou feliz”

Resta uma época de contrato a Uribe, mas o mercado está no fundo das prioridade­s do colombiano, garante. “Estou feliz aqui. Agora é ir descansar e pensar na pré-época. Não estou preocupado com isso, de verdade. Estou tranquilo e a minha família também. É óbvio que, como todos os jogadores, quero melhorar e subir um escalão na minha profissão, mas estou feliz no Porto, com estes jogadores e equipa técnica”, explicou, o médio que até vai mudar em breve de clube, mas para os dos casados. Felicidade foi também o que sentiu nos festejos da dobradinha. “Falei com a minha família sobre isso. Quando fomos campeões durante a pandemia, a celebração foi diferente. Era o meu primeiro título na Europa e desfrutei, mas agora que podemos celebrar com as pessoas, com o nosso jogador número 12, é maravilhos­o este ambiente”, fechou.

MATHEUS URIBE

“Aprendi a posicionar-me muito melhor e a ler mais o jogo. Foi fundamenta­l adquirir estas bases táticas”

“Mesmo quando foi emprestado, sempre vi Vitinha como um grande jogador. Não me surpreende”

“O jogo com o Atlético mudou em dois minutos e a culpa foi nossa. Os jogadores têm de ser responsáve­is”

“Dou graças a Deus por ter coincidido com Conceição. Retira 200% de um jogador”

“Sabíamos que podíamos ter dado muito mais nas provas europeias”

era muito jovem e continua a sê-lo, mas tem muito mais experiênci­a e teve muito mais continuida­de. Está a demonstrar toda a sua qualidade.

A exigência de Sérgio Conceição é mesmo como se fala cá fora?

—Sim e isso ajudou cada um de nós a crescer. Os velhos – digo velhos porque tenho 31 anos, enquanto o Francisco [Conceição] tem 19 e o Vitinha...25...

Vinte e dois...

—O Vitinha? Imagine... Para os jogadores mais novos, essa exigência e responsabi­lidade que o treinador nos imprime é muito importante. Dou graças a Deus por ter coincidido com Sérgio Conceição, porque nunca tinha tido um treinador exigente, um treinador que retire 200% de ti e isso fazte crescer muito profission­almente e pessoalmen­te também.

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